sábado, 24 de dezembro de 2011

Onde você estaria?

Aproveitando esse clima de véspera de Natal, e refletindo tanto no meu devocional de ontem (João 6:22-59) quanto na mensagem do Nosso Pão Diário, eu me lembrei de uma reflexão que há meses já tinha escrito, mas que faltara-me coragem para postar, mas que agora me senti incentivada a passar adiante: 
Hei! Já pensou onde você estaria se Deus não tivesse te resgatado, quem você seria? Ou melhor, já pensou que se Deus não te escolhesse, se Ele não viesse até você, você NUNCA conseguiria ir até Ele?

No dia em que eu refletia neste assunto, estava lendo a 1ª carta de Paulo à igreja de Corinto, que estava enfrentando problemas à beça por causa do orgulho de seus membros. A exortação que o apóstolo faz aos irmãos é perfeita e totalmente cabível nos dias de hoje: "Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?" (1Coríntios 4:7) Muitas vezes começamos a nos julgar melhores do que outros, esquecendo que nada do que temos, nem mesmo nossos talentos e dons pertencem a nós, pois tudo recebemos de Deus! Esquecemos que somos indignos, pecadores que NADA merecemos receber de um Deus perfeito que ainda assim transborda bênçãos diariamente sobre nós e nos dá tudo o que necessitamos, independente do que fazemos, pois seu amor é imensurável e incondicional.


Aí, voltando à primeira pergunta, penso aqui comigo: onde eu estaria se Deus não tivesse me resgatado? Mesmo que isso seja um tanto desagradável, eu te convido a fazer uma simulação e analisar o quanto Deus tem feito diferença em sua vida. Se eu me fizesse esta pergunta a um ano atrás, sinceramente vejo que pouco eu poderia dizer, pois apesar de estar já na igreja ainda não tinha realmente me entregue por inteiro e, assim, as maiores transformações que vivi e vivo ainda não tinham acontecido; a conversão é um processo gradativo para muitos, pois não ocorre num passe de mágica e apesar de nos mostrar o caminho a seguir, Deus sempre nos deixa livres para dar um passo após o outro no nosso ritmo. Pois bem, voltando à simulação: numa vida sem Deus, posso imaginar uma garota deprimida no escuro de seu quarto aprisionada por sonhos que se tornaram pesadelos, chorando por se sentir incompreendida, amedrontada e, extremamente, sufocantemente só. Para esta triste garota, só posso ver dois destinos: fracassaria em suas tentativas de fazer cinema e se tornaria uma frustrada qualquer, uma morta-viva sem sentido de ser; ou poderia até conseguir uma carreira promissora, mas independente do filme mais sensacional e provocador que fizesse, da maior polêmica que conseguisse, da obra de arte mais bela que saísse de suas mãos... Ela chegaria em casa após o término de seu trabalho, entraria em seu quarto e veria que tudo aquilo não ajudara em nada a preencher o vazio existencial em sua alma: ela continuaria triste, escravizada por um ridículo senso de dever com uma missão impossível de mudar o mundo, incompreendida pelos demais ao redor, cheia de remorso por abandonar a família em prol da carreira... E totalmente, inegavelmente, profundamente só.

Mas é claro que esta é a minha história e talvez a sua e a de outros seria, assim digamos, menos dramática. Quando olho para meus irmãos nesse aspecto, consigo imaginar facilmente o que seria de alguns ex-drogados, ex-baladeiros, ex-beberrões... E também alguns nerds cujo destino seria mais monótono do que assistir a uma lesma subindo o muro. Há, ainda, irmãos cuja provisão e direção de Deus é tão, TÃO nítida que fica quase impossível imaginar o que seria do cara se Jesus não o tivesse resgatado. Já vi Deus ressuscitar sonhos de infância, cortar vícios, curar traumas e doenças... E algumas dessas coisas eu não apenas vi, mas vivi, experimentando maravilhosamente o agir e o cuidado de Deus em minha vida - uma vida em plena abundância! As palavras de Cristo em João 10:10 não são mera retórica, mas uma promessa viva de nosso Pai celestial que se cumpre e se renova a cada dia. Ao contrário do alguns pensam poraí, Deus não quer que seus filhos tenham uma vida medíocre; é só passear pelos livros da Bíblia e veremos histórias como a de José, um escravo que foi feito braço-direito do Faraó, ou Davi, o franzino pastor de ovelhas que se tornou rei; Ester, rainha e salvadora de seu povo; Moisés, Josué, Gideão, Paulo, Rute... Maria. Há tantos outros nomes, tantas histórias, tanta riqueza; vidas totalmente transformadas, pessoas que podiam ter muitos defeitos, mas que ao se colocarem na dependência de Deus puderam contemplar Sua grandeza e ainda participar de Seus maravilhosos planos!

É isso que acontece quando, por intermédio de nosso aniversariante Jesus, pegamos o "EU" em nossa vida e colocamos um "D" e um "S" nas pontas, deixando que Deus seja o nosso centro, tome conta de tudo o que somos e temos, pois só Ele pode preencher o vazio que há em nós. Não vou negar que passei por dificuldades ou que tive de abandonar algumas coisas; mas quando as entreguei a Jesus, descobri que não tinham valor algum, não faziam mesmo parte de mim e ainda eram na verdade como correntes e vendas que me impediam de ver, de viver todas as coisas maravilhosas que o Pai preparou pra mim.

E aí, o que podemos fazer é agradecer sempre, queridos. Independente das interpéries que você passou até aqui, você está vivo e mais, VOCÊ ESTÁ SALVO DA PIOR DELAS, que é a vida longe dAquele que te criou e que te ama incondicionalmente, independente do quanto você tenha reclamado e murmurado neste ano (é, confesso que fui "profissa" nisso ^^").

Já é quase Natal, vamos lembrar do Deus que se fez carne, nasceu numa estrebaria, viveu, sofreu, morreu e ainda por cima ressuscitou só pra poder ficar com você.

Um Feliz, e Maravilhoso Natal a Todos nós!!!
Que o Aniversariante possa fazer ainda muitos anos dentro de nossos corações.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Josué 3:5

"Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós."

Eu chegava no culto de quarta-feira - pouco depois do louvor ter terminado sua parte e pouco antes de começar a assembleia trimestral da igreja - e o Pr. estava fazendo uma breve reflexão sobre esta passagem bíblica. Ele explicava que Deus não deixaria de fazer Suas maravilhas se o povo não se santificasse, pois a ação de Deus independe da nossa, Ele não precisa de nós pra fazer nada! Se nos calarmos, as próprias pedras clamarão (Lucas 19:40). Quando não nos santificamos, quem perde somos nós: perdemos de ver as maravilhas que Deus faz, perdemos de sentir Sua presença em nós e nosso meio, perdemos de ser usados por Ele e ficamos de fora de bênçãos espirituais inimagináveis. Não é difícil saber se um crente se santifica ou não, pois ele acaba ficando totalmente cego para tudo o que Deus faz e seu foco não são as maravilhas do Pai, mas os erros e defeitos dos outros - se você vai à igreja e nota mais o que seu irmão faz de errado do que o que Deus faz de belo por lá, cuidado!!

Outra coisa, não confunda santificação com simplesmente servir num ministério da igreja, ir aos cultos ou/e entregar dízimos e ofertas - se santificar é seguir os passos de Jesus, é estar em crescente e constante transformação até refletir a imagem dEle em nossas vidas (2ª Coríntios 3:18). Ainda é fresca em minha memória a noite do encerramento da campanha de 40 dias pela Família, quando eu cantara no coral da igreja e, no dia seguinte, lia os e-mails de testemunho de meus irmãos coristas: eram conversões, o sobrenatural de Deus agindo, "suor" nos olhos ao cantar a mais impactante das canções da noite... E percebi que, mesmo estando fisicamente ali e presenciando boa parte daquilo tudo, eu não havia participado. Naquela noite, me preocupei tanto com a afinação, a plateia, minha própria insegurança em não ter me preparado como devia, além do fato de não ter conseguido que nenhum parente meu fosse ao culto de encerramento; e não aproveitei, tampouco senti o agir de Deus tão poderoso à minha frente. Eu estava focada em centenas de coisas, menos aquilo que deveria: simplesmente louvar e adorar ao meu Deus.

E mais algo que eu queria ressaltar na passagem: Josué não disse aos anciãos para se santificarem; não disse aos reis, não disse ao pastor, ou aos diáconos - ele disse a todo o povo. Jovens, velhos, mulheres e homens, com ou sem título, Deus quer que todos nos santifiquemos porque quer que todos usufruamos da vida abundante e única que Ele tem pra nós.

Queridos, santidade é um item fundamental para a vida de todo crente. Não significa ser perfeito, mas buscar a melhora a todo momento, em todos os dias da sua vida, independente de você ter um ou cinquenta anos de vida cristã; não somos perfeitos, mas Deus nos quer santos, separados para Ele e nada mais. Muito mais que esquentar o banco, fomos feitos para participar da obra de Deus no palco da vida, de pegar no batente não porque Ele precise de nós, mas porque nos escolheu pra isso.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

No Alvo Certo?


Mas como é bom ver as obras de Deus se concretizando em nossas vidas, não?! Como é bom ver Seus milagres, o Seu agir poderoso e sobrenatural, querer a cada dia fazer parte de Sua poderosa obra de redenção para o mundo... E os sonhos?! Ah, os sonhos... O que é um sonho senão uma visão deslumbrante de uma gotinha do que Deus tem preparado para nós? Bom... Quais são os seus? Eles condizem com a vontade do Pai? Sabe, há cerca de um ano atrás aconteceu-me algo muito interessante com relação a meus sonhos para o Reino através da minha profissão: em uma votação de roteiros para fazer o curta-metragem da turma, o meu foi escolhido... Era uma história com duração média de 4 minutos, contando a história de uma garota que havia buscado em tudo para tentar preencher o vazio em seu coração, mas não conseguiu; desesperada, ela então resolve tirar sua própria vida... Quando "alguém" a impede de se matar e, assim, a salva e a purifica. Uma metáfora para a vida de cada um de nós, e como Jesus pode nos salvar do abismo se assim lhe permitirmos.

Como se não bastasse a grande bênção de ter esse roteiro gravado, além de roteirista eu também seria uma dos dois diretores do curta-metragem, ou seja: a maior autoridade criativa naquela produção era minha, e a maior responsabilidade também. Parecia perfeito!

Começaram as reuniões de pré-produção, os problemas, a correria de sempre. E enquanto eu decidia com meu parceiro de direção sobre locações, figurinos, fazíamos "barracos" sobre orçamento e quem iria pagar os gastos exorbitantes de uma produção que já estava saindo de controle... Uma colega ao meu lado resolvia se embriagar pelo que me pareceu a sua primeira vez; ofereci com palavras minha amizade a ela, mas em todas as vezes que ela me convidou para sairmos juntas, minha cabeça estava tão ligada em outras coisas que eu acabava por recusar, deixar pra depois... Quando o cãozinhho dela morreu e ela chegou quase chorando na sala, o máximo que fiz foi pedir a um amigo para ir consolá-la, ao invés de eu mesma o fazer. E por quê? Porque eu estava tão cegamente focada em minha "missão maior" de mostrar o Amor de Deus através do meu filme, que acabei por esquecer de demonstrar esse Amor através da minha vida. Resultado: tivemos centenas de problemas de produção e pós-produção, o filme não ficou pronto até hoje... E eu perdi contato com a garota.

Mas como é fácil acharmos que estamos fazendo uma obra a Deus só porque colocamos o nome dEle ali; como é fácil mentirmos pra nós mesmos: sonhamos em sustentar os famintos, contribuir com a propagação do Evangelho em terras não-alcançadas, mas quando alguém ao nosso lado necessita de um apoio nós simplesmente fingimos não ver, preferimos nos focar insistentemente nas nossas "grandiosas" obras dizendo a nós mesmos que estamos batalhando em prol de algo muito maior, como se Deus olhasse por quantidade e não pela qualidade da ajuda, ou como se ajudar quem está perto fosse tarefa "de outro" e a sua fosse apenas quem está longe. E não falo apenas de evangelização, de falar de Cristo para aqueles que não conhecem... Estou falando de amor ao próximo, sendo ele perdido, sendo ele salvo.

 Em I Aos Coríntios 13 vemos Paulo exortando os crentes de Corinto sobre a importância do Amor acima de todos os dons espirituais. Independente do dom "Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos..." (v. 1), independente da ação altruísta "E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres" (v.3) isso não vale nada se não houver amor. Sem amor, nossa busca desenfreada por sonhos e objetivos, independente do quão bondosos sejam, acaba nos fazendo atropelar acidentalmente todos os que estiverem em nosso caminho e, sem perceber, usamos e até ferimos pessoas. Algumas feridas demoram a cicatrizar.

"Ame a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo" Deus não fala para amarmos nossos sonhos como a nós mesmos, nem de dar a vida por um sonho; Ele fala para amarmos nosso irmão, o nosso amigo. "O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que este: de dar alguém a vida pelos seus amigos." (João 15:12-13) Não há nada de errado em amar os que estão distantes, mas devemos começar por quem está próximo pois o amor não é uma mera abstração ou um sentimento platônico - é uma prática diária.

Aproveitando este clima de final e início de ano, faça uma "revisão" e veja onde você tem depositado o seu foco, veja por trás da sua retórica de "boas intenções" se você tem demonstrado o amor que diz que tem aos que estão próximos de você. Não adianta profetizar, expulsar demônios ou fazer maravilhas no nome de Cristo. Se não praticamos as palavras dEle, se não soubermos amar, a resposta será "Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." (Mt 7:23)

Tenhamos todos um bom (e reflexivo) final de ano.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

É, não deu denovo =)

É meus queridos, tenho mais um ano pra estudar pra FAP!!! E quer saber, meu desânimo pela notícia não durou nem 15 minutos. Em parte porque eu já suspeitava disso: não me dediquei o suficiente, não li todos os livros, e novamente não estudei inglês nem literatura. Acontece.

Mas sinceramente, estou feliz! Porque assim aprendo que Deus poderia sim fazer com que eu acertasse a todos os meus chutes, mas ele é bom, justo e me ama demais pra me mimar e me "estragar" desse jeito. Ele quer que eu entre na FAP preparada para o que virá, e ter disciplina nos estudos é fundamental numa faculdade. E independente do quão desorganizada digam que é lá, EU não posso ser. Além disso, agora posso tentar um emprego que dure um ano, pra aprender a ter disciplina e estabilidade no ambiente de trabalho - algo que em 4 empregos e 4 estágios eu ainda não consegui desenvolver.

Deus é sábio em tudo o que faz, confie! Não se foque no teu futuro profissional, se foque em Deus e na Sua vontade que Ele cuida do resto! E a vontade dEle é que a gente entre numa faculdade preparado para o que virá, por isso não devemos confiar no chutômetro com a falsa desculpa de "fé" (você entendeu o que eu quis dizer...). Deus capacita seus escolhidos, e academicamente/profissionalmente falando, o vestibular é um medidor da capacitação que você já tem. Se não deu dessa vez, é porque você não estava preparado e isto é justo. Imagine aqueles exemplos clichês do médico, do cirurgião, do piloto de avião e tal... Deus CAPACITA os escolhidos, ninguém disse que Ele "te faz acertar tudo" se você nem estudou. Lembra de Davi: antes de lutar com o gigante golias, ele foi capacitado por Deus lutando com um leão, e com um urso!

Então se você não passou no vestiba, não fique aí choramingando e tendo pena de si mesmo. Levante a cabeça, creia e dependa de Deus em tudo na sua vida e peça a Ele que te dê forças, pois sozinho você não vai ganhar essa batalha.
Mas lembre-se: a ação de Deus não tira a responsabilidade que você tem de fazer tua parte.

Um grandiosíssimo abraço a todos os vestibulandos que, assim como eu, "ficaram para trás", e a vocês a frase final:
"Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir."

Delgo - Crítica

E com vocês, logo acima dos mocinhos, o melhor personagem do filme!!
(e nem me lembro porquê)


Tirem as crianças do PC porque eu vou detonar com isso aqui. Aliás, eu devia era dar um chingão à Cartoon Vídeo do Cristo Rei por ter colocado essa animação infanto-juvenil na prateleira de filme-arte, isso é um insulto para obras animadas como A Viagem de Chihiro, O Castelo Animado, Bicicletas de Belleville, Steamboy e várias outras realmente artíticas que figuram com a mesma classificação. Até mesmo Belowars, a bela porcaria de Paulo Munhoz, merece mais respeito.
Ambientado num universo de riqueza criativa inquestionável - seu único ponto alto, absolutamente destoante com todo o resto - e dispondo de um preciosismo técnico quase ao nível DreamWorks, o filme gira em torno da vida de um adolescente chamado Delgo que, junto a "amigos não menos inquietos" (segundo a tosca descrição na sinopse) resolve salvar uma princesa e por um fim a um conflito entre dois povos distintos (os  Lockni e os Nohrin) que habitam o local, além de derrotar a terrível vilã que é irmã do pai da jovem princesa e que matou a mãe da menina...

Pulando os comentários óbvios do tipo "você nunca viu uma história assim antes, não é?" pra não perder tempo com problemas até pequenos perto do que esse filme tem de ruim, avanço para discutir sobre a criação dos personagens, e confesso que não sei por onde começar: vamos partir do personagem-título, um clichê fajuto e desinteressante do herói jovem, talentoso e impaciente com uma infância trágica, que nada tem de carismático e sequer causa uma gota de empatia no público, além de ser absurdamente bipolar (como no momento em que, após convidar a princesa do povo rival para um encontro e tentar uma bitoca nela ele briga com a garota como se a odiasse desde sempre). Pra piorar, Delgo vem acompanhado de Filo, uma tentativa de "parceiro-engraçadinho-piadista" que, além de não acrescentar nada à narrativa, executa totalmente o oposto de seu papel tornando-se o personagem mais insuportável e anti-cômico que já vi num filme de animação. Quanto aos outros personagens, digamos apenas que figuram caricatos, inexpressivos, clichês sem profundidade e totalmente unidimensionais.

E se tudo isso já é ruim o suficiente para você, espere: ainda tem mais! Como se não bastasse, da metade do segundo ato até o final do terceiro os roteiristas ainda apostam pesado em "piadas" praticamente a cada 2 minutos ou menos de projeção, quebrando de vez com qualquer chance que o filme poderia ter de ficar interessante ao menos em suas cenas de ação ou clímax narrativo - se ao menos essas nos fizessem rir, ainda haveria desconto para tamanha burrice, mas se pra você um "cachorro" mijar na perna dum rei aprisionado à beira de ter as asas cortadas pela vilã do filme é engraçado... Este filme é pra você!

Mas é necessário admitir que nem tudo está perdido em Delgo: composto de maneira criativa e bela, o diversificado universo do planeta onde vivem os Lockni e os Nohrin possui um invejável preciosismo técnico, com cores vibrantes e harmônicas, além de criaturas surpreendentemente bizarras e bem concebidas. A direção de Marc F. Adler e Jason Maurer também não é ruim, mas com tantas burrices de diálogo e de narrativa fica difícil contemplar um ambiente tão lindo e bem elaborado. E apesar de eu não gostar dos rostos de Delgo e seus "amigos não menos inquietos" (que m****aravilha de descrição é essa?!), não posso negar que foram bem feitos.

Portanto, é uma pena que com tantos recursos técnicos de ponta, as produtoras envolvidas no projeto tenham apostado suas fichas numa equipe de roteiristas tão podre e cuja falta de criatividade é absurda a ponto de se conseguir uma história melhor perguntando as horas em um ponto de ônibus.
Mas espere, o que é isto? Marc F. Adler, além de diretor e roteirista, também assina como produtor do filme Delgo?
Está explicado. É por isso que esta é sua unica produção.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Não Louve Assim!



Não tem como não rir, mas não tem como não concordar. Muita gente pensa que "ser crente" é só ir pra igreja, "curtir o fervo" das canções, fazer um social e vazar. Outros participam de ministério, são ativos na igreja, mas tão lá também só pra se aparecer, achar um namô... Outros esquentam banco há vinte anos e nem se lembram mais do que estão cantando, mas como já é costume mesmo, vamos continuar cantando! Outros cantam, cantam, caaaantam e louvam no domingo... E segunda-feira nem se lembram mais que Deus existe. Quanta variedade de hipócritas, não?

Pois é, mas é real e é só a gente se descuidar um pouco, que já começa a "imitar" o mau-exemplo sem perceber. Vou assumir, me identifiquei com uma boa parte dos simpáticos exemplos do vídeo. Ás vezes a gente está lá vibrando e cantando, fazendo "cara de adorador" com toda energia, mas se alguém for perguntar o significado das palavras que estamos proferindo, a resposta pode ser um "blá, blá, blá" minusciosamente decorado - cujo significado também nos é um mistério, ou até um sincero e triste "ah, não sei, mas o ritmo é bem legal!!"

É, o ritmo é legal, mas quando você para pra ouvir a letra... Cantar pedindo "vem derramar Tua glória" ou "traz refrigério a minh'alma", ou anunciando "Recebe a cura, recebe a unção" é susse, mas e declarar "só por Ele eu viverei" ou "quebranta-me, transforma-me" ou quem sabe "pois quando eu escutar, de todo o coração obedecerei"?? A gente declara isso o tempo todo, mas... A gente vive?

 "Quem diz que nunca pecou já está pecando, pois é mentiroso" não adianta tentar enganar a si mesmo dizendo que isso nunca lhe aconteceu.

Como ministro de louvor, solista, membro de coro, às vezes a gente fica a música inteira analisando se a voz está certinha, se as "caretas espirituais" estão de acordo... Mas sem sentir e crer de fato no que está cantando perante a congregação. E até na congregação, isso também acontece - infelizmente falo por experiência própria. ¬¬

Jesus quer verdadeiros adoradores, "que o adorarão em espírito e em verdade" (João 4:23) fingir que você sente e vive algo que você não sente, nem vive, não vai te levar à presença de Deus nem hoje, nem nunca!!

Que além de render boas risadas, esse vídeo nos faça refletir e, principalmente, MUDAR.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Persépolis - Crítica

Satrapi sem contornos
Numa vertente do Cinema em que as mulheres costumavam ser caracterizadas como indefesas “donzelas em perigo”, assistir a um filme sobre uma mulher, feito por quem REALMENTE entende do assunto – ou seja, uma mulher – é um presente mais do que bem-vindo, e há muito tempo esperado.


E Marjane Satrapi não decepciona. Tendo como referencial master sua incrível e forte avó, vemos na jovem “profetiza” uma garota que, além de vivenciar todos os dilemas e conflitos pelos quais toda mulher no mundo passa (garotos, transformações no corpo, garotos...), ainda sofre com preconceito e discriminação – tanto pelo forte machismo em seu país de origem (Irã) quanto fora dele, pela xenofobia que se tem a “árabes” no geral – além da ditadura e das guerras civis que imperam o país na época do Xá. Mas além de mulheres fortes como a avó, também conhecemos verdadeiros homens honrados e corteses num ambiente tão impróprio, como o pai e o tio de Marjane.
 
 
Além dos personagens muito bem caracterizados, temos os impecáveis aspectos técnicos e narrativos de uma animação 2D tradicional que, mesmo com traço extremamente simples é muito bem elaborada e aproveitada tanto para fazer gags (as transformações na puberdade de Satrapi) como para efeito dramático (execuções, conversas da garota com Deus e Karl Marx). Outra coisa interessante de se notar é a “animação dentro da animação”, feita através de recortes em papel e usada para acompanhar a narração do pai de Marjane sobre a história do Xá.
 
 
A trilha sonora também acompanha o ritmo e os tons do filme com maestria, tendo seu ponto de destaque numa divertidíssima releitura de Rocky Balboa, com Marjane cantando “Eye Of The Tiger”. Por fim, a “fotografia” do filme se mostra certeira ao colocar todas as experiências passadas da protagonista em PB, fazendo do filme um longo e divertido flashback que ao final ganha cor, mostrando de maneira orgânica e criativa o momento exato em que o passado se torna o presente da história de Satrapi.

E independente do quanto eu goste de Ratatouille, confesso que o grande merecedor do Oscar de Animação daquele ano saiu da premiação com as mãos vazias.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Estômago: Prato cheio do Cinema Curitibano

=(ATENÇÃO: postagem com conteúdo altamente spoiler - ao menos ao meu ver - se você ainda não assistiu ao filme... Não perca tempo, é ótimo!! Assista e delicie-se antes de descobrir os grandes segredos dessa belíssima produção do nosso país =)


Uma excelente direção de fotografia, um roteiro espetacular, uma atuação exemplar: “Estômago” é um filme que fala de hierarquias, poder, sexo, culinária... E trás uma – perdão pelo trocadilho – deliciosa revelação ao final. A trilha sonora é também um dos pontos fortes do filme, contribuindo para a “relação de amor” que se cria entre Raimundo Nonato e os pratos que prepara, relação esta que é simplesmente a essência do filme: a comida com a qual ele seduz, a comida que ele usa como arma, a culinária à qual ele serve e se entrega.

Independente do quanto se defenda o personagem pela sua origem humilde – sendo que nem sequer sabemos o porquê dele aparecer perdido em "Curitiba" (há uma micro-cena em São Paulo), como se a viagem tivesse sido arranjada de última hora – e pelo carisma que sua aparente ignorância provoca, o fato é que é justamente tudo isso que torna Raimundo Nonato uma perfeita caracterização de psicopata (e ao contrário do que se pensa a princípio, essa doença é muito mais comum na sociedade do que se pode imaginar). Um psicopata não é necessariamente um assassino frio e serial killer que mata sem pensar quem estiver por perto. É comprovado pela ciência que existem vários níveis de psicopatia, começando pelo simples sujeito que puxa o tapete dos colegas pra se promover dentro da empresa.

Um psicopata costuma ser uma pessoa inteligente, carismática e persuasiva, que vai conquistando aos poucos a confiança de quem estiver em seu redor, mas que por trás de sua simpatia não mede esforços pra conseguir o que quer e não possui empatia com as outras pessoas, considerando sua satisfação sempre o mais importante.

É o que Nonato faz, através de seu jeito ingênuo e acuado de caipira nordestino, mas que com alguns goles de bebida alcoólica se revela o monstro assassino que é – e isso é muito bem enfatizado até no roteiro, fotografia, montagem e direção de cena do filme, no primeiro momento de fúria, em que Nonato vê sua amada prostituta se despindo e acariciando os clientes da balada onde trabalha e, já alterado, tenta partir pra cima. O que o impede realmente de poder “sair matando todo mundo” é sua estrutura física, mas que não serve de empecilho para um homem que tem inteligência de sobra a usar – e é esse seu maior trunfo, o dom de aprender rápido e ter talento, que o torna um excelente cozinheiro e o faz crescer na hierarquia, tanto dentro como fora da cadeia.

E é essa inteligentíssima surpresa que faz do roteiro de “Estômago” uma das melhores e mais detalhadas retratações de um psicopata na História do Cinema.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

A PEDRINHA









Confie...

As coisas acontecem na hora certa.
Exatamente quando devem acontecer!
Momentos felizes, louve a Deus.
Momentos difíceis, busque a Deus.
Momentos silenciosos, adore a Deus.
Momentos dolorosos, confie em Deus.
Cada momento, agradeça a Deus.

Devocional: "Vocação"

Mensagem extraída do devocional do livro Orvalho da Manhã


"Vede irmãos, a vossa vocação..." I Coríntios 1.26


Recebemos o perdão dos pecados. Fomos salvos. Mas isso é somente o começo. Deus nos toma a Seu serviço e diz "Vede, irmãos, a vossa vocação". Essa vocação não é uma experiência excepcional, mas a realização normal e regular do plano de Deus para a nossa vida.

A cruz de Cristo tinha sido apresentada aos coríntios de tal modo que cada cristão havia encontrado nela sua vocação, que não era reservada a alguns privilegiados, mas destinada a todos os santos.

Além disso, ainda que dirigida a todos, esta vocação é pessoal.

A igreja primitiva compreendera-o, e todos os seus novos convertidos davam testemunhos. Deveria acontecer o mesmo hoje; cada um deveria estar pessoalmente convencido de sua vocação.

Para o crente, a vocação da cruz é uma obrigação, e não uma experiência facultativa. Façamos esta manhã e pergunta: Que quer o Senhor de minha vida? Saulo de Tarso perseguia a igreja, tinha decidido diante de Deus fazer perecer os cristãos. Mas em um momento, tornou-se o apóstolo Paulo. Cristo Se lhe tinha revelado. Desde então, anunciou a cruz que tinha blasfemado, porque tinha tido experiência dela no próprio coração. A comunhão dos sofrimentos de Cristo tornou-se a chave de sua vida. Por ter ele tido uma revelação pessoal da cruz, o evangelho foi pregado até as extremidas da terra.

Essa vocação é oferecida pelo Senhor também a nós. Pelo Espírito Santo, Ele quer dar-nos uma revelação especial da cruz de Jesus Cristo. Que ela seja vivamente pintada aos nossos olhos, que nos livre de todo laço, de todo temor do futuro! Que possamos compreender  que a vocação da cruz é uma coisa pessoal, uma vida de serviço pessoais no poder de Deus.

Aceitemos essa vocação e tudo o que ela significa em manhã de vida e ressurreição! Aceitemos o escândalo, a loucura e o poder da cruz!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Histórico de "identidades visuais" do blog (parte 1)

Este é o que podemos chamar de um post auto-biográfico, ou seja, fútil, supérfluo, pessoal, tosco e sem conteúdo relevante, só porque eu não posto nada a praticamente um mês e fiquei com a consciência pesada. Mas pra quem gosta de "curiosidades" e, principalmente, imagens...
Como podem bem perceber, o layout de meu blog e a paleta de cores mudaram radicalmente no dia de hoje. Motivo? Bom, no post anterior temos um comentário de um anônimo(eita medin bobo) dizendo que a minha identidade visual era "lamentável". E como eu sempre tento atender o mais imediato possível aos anseios do meu público (isso tá parecendo discurso político, blerg) resolvi duma vez por todas sentar em frente ao PC e me concentrar exclusivamente em resolver esse problema, pois há muito eu me questionava sobre a aparência de meu espacinho virtual, insatisfeita com a nova cara que havia dado a ele, mas ao mesmo tempo sem nenhum interesse de voltar a meu velho layout de 2008 / 2009.

Pois bem, e por isso eu mudei. Agora, em comemoração da minha 27ª imagem de capa, disponibilizo a quem tiver curiosidade, todas as imagens que eu fiz ao longo de minha "vida" de blogueira. Comecemos com minhas 8 primeiras versões de capa e logo, quando o blog ainda se chamava psigothic.blogspot.com, uma mistura adolescente de "psicótica" e "gótica", entre 2007 e 2008:

















Na próxima edição dessa série sem utilidade ou algo interessante, veremos então os layouts de 2008/2009, quando cheguei até a sair do pretinho básico pra um branco e, pasmem, até um terrível vermelhão! Que emocionante!! #sarcasm_ON

terça-feira, 15 de março de 2011

Chuva

Era noite chuvosa e o colégio já estava vazio. Um vento gélido batia nas árvores, criando a impressão de que seus galhos agarravam algo do lado de fora; o som da chuva e dos trovões contribuía para uma atmosfera ainda mais sombria. Nenhum pássaro voava no céu; nenhum cão latia. Não havia pessoa alguma andando nas calçadas perto do lugar; nem mesmo o som dos carros era ouvido.

Ao sinal das três horas da madrugada, um rapaz muito magro atravessou às pressas o pátio central, ofegante e assustado – parecia fugir de alguém. Parou para recuperar o fôlego e andou lentamente até uma rampa próxima à ala par; enquanto a descia com extrema cautela, tirava de sua mochila um livro azul-marinho e um pequeno medalhão dourado. Dobrou a esquina depois da rampa tentando encaixar o medalhão à capa do livro, mas tropeçou num lance de degraus e caiu, deixando o pequeno objeto deslizar por baixo da porta de ferro e vidro de um depósito.

Nervoso, o rapaz jogou o livro que carregava num espaço entre uma janela e a parede; então, tentou alcançar o medalhão estendendo seu braço por um buraco na porta do depósito – foi em vão. Levantou-se e puxou o trinco da porta com toda a força, mas mesmo assim não conseguiu abrir. Começou a se desesperar; o suor encharcava mais seu rosto do que a chuva.

De súbito, um assobio estridente foi ouvido ao longe e petrificou aquele magro estudante. Ele se encolheu num canto da parede, tremendo e rangendo os dentes, de olhos arregalados. Após o momento de pânico, levantou rapidamente e saiu em disparada até os fundos do planetário.

No mesmo instante, ouviu-se daquele lugar um enorme trovão seguido de um grito masculino. A chuva parou e as trovoadas cessaram. O silêncio reinou absoluto nos instantes seguintes da noite; o último som que se ouviu foi o de passos lentos e firmes descendo as escadas da ala ímpar do colégio.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

1.8 - O Filme

Abaixo minha animação finalista do AnimaMundi Web & Cel 2010,
Categoria Especial 18 anos.


Sinopse: Garoto queria ter 18 anos pra dirigir um carro. Ele achava que a maioridade era a melhor coisa que existia, mas foi crescendo e descobrindo - um Pesadelo...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Coluna do Podcast DCine nº 02 - Valsa com Bashir

Obs: Pra quem quiser ouvir, a 1ª e a 2ª edições do PodCast já estão no ar!


Olá!
A todos que estão ansiosos por saber mais sobre os indicados para o Oscar de Melhor Animação, eu tenho uma notícia: não é nesta edição que você ouvirá sobre eles!

O filme de hoje é justamente uma animação que não ganhou o Oscar de seu ano e sequer ficou entre os finalistas, concorrendo apenas como Melhor Filme Estrangeiro. 
Estamos falando de “Valsa com Bashir”, uma produção israelense dirigida por Ari Folman.

Num surpreendente formato de “documentário animado” são retratadas as tentativas do próprio Folman, um veterano da Guerra do Líbano de 1982, de recuperar suas memórias perdidas dos eventos que marcaram o massacre de Sabra e Shatila.

Além da ousadíssima proposta do filme, retratando a crueldade e o ridículo da guerra
com até mais intensidade do que o aclamado “Apocalipse Now”, “Valsa com Bashir” é, sem dúvida, um delírio para os olhos.  O capricho dos traços e movimentos é tamanho que fez muitos duvidarem se o filme não fora feito com rotoscopia, de tão detalhada e bem desenhada que é a animação. A paleta de cores, intercalando sempre entre tons de amarelo e azul, as sombras contrastantes, o ritmo da trilha sonora, tudo isso aumenta a dramaticidade sem pender para exageros e ainda confere ao filme um ar ao mesmo tempo triste e misterioso,
que vai pesando cada vez mais conforme as memórias vão surgindo à mente de Folman.

Valsa com Bashir pode até retratar uma guerra específica, mas não perde tempo com explicações. Talvez intencionalmente, já que consegue fazer referências tanto à guerra do Vietnã quanto aos campos de concentração nazistas, mostrando que independente da época
e das supostas justificativas, tudo não passa de uma barbárie que trará sofrimento e traumas tanto para quem é vítima, quanto para quem pratica.

Magnífico e extremamente adulto em todos os seus aspectos, um filme que merecia, no mínimo, ter ficado entre os finalistas de Melhor Animação.

E independente do quanto eu goste do vencedor Wall-E, não posso negar que a ousadia técnica e temática de Valsa com Bashir o colocaria no topo do pódio, caso isso fosse levado em conta como deveria.

sábado, 22 de janeiro de 2011

TRON e o IMAX


Se você quer ver um filme de ação cheio de efeitos visuais, pessoas de preto numa realidade virtual alternativa e imprevisível, regado ao melhor que a música eletrônica tem a oferecer - assista Matrix.

O FILME
Não posso negar que após assistir ao incrível Interestella 555, longa-metragem totalmente sem diálogos e inteiro "trilho-sonorizado" pelo Daft Punk, eu esperava muito, mas MUITO mais da dupla para esta continuação do clássico (que não assisti) Tron. Isso, fora o roteiro mediano que cria uma história rasa com um protagonista pouco interessante e nada carismático. Entretanto creio que, para quem viu o filme anterior, a esperiência de assistir à continuação do Tron original deve compensar bastante pela nostalgia de um filme que (pelo que eu soube) tornou-se um marco em sua época.

A SALA
Quando ouvi falar do IMAX, me diziam que "não dá pra ver o fim da tela", "é incrível!", "não importa o lugar onde você estiver sentado, dá pra ver tudo igual", "uma experiência de tirar o fôlego, parece que você está mesmo lá dentro" e mais uma porção de outros clichês intermináveis que devem ter sido ditos na primeira sessão de Cinema feita pelos irmãos Lumière a mais de um século atrás. Talvez por toda esta exagerada espectativa, ou pelo lugar em que eu me assentara (linha F, coluna 13, pra dar sorte =P), ou mesmo pelo filme não tão merecedor que eu escolhera pra "estrear" minha esperiência, ou por tudo isso junto ... Saí um pouquinho frustrada. Primeiramente porque eu vi o final, o início, todas as bordas da tela o tempo todo (minha bendita visão periférica resolveu ficar ativada, grrr) e isso já desmente uma das mais impactantes afirmações a respeito da sala. Sim, a tela é mesmo GIGANTE, mas dá pra ver o final, talvez dependendo da distância, não sei.

CONCLUSÃO
Mas não vou culpar a sala de cinema por eu não ter de fato entrado no filme, já que até por uma TV de 21 polegadas uma boa obra cinematográfica pode me fazer ir ao delírio, ao riso ou ao choro, desde que bem construída.

Quer saber, na próxima vejo uma animação. Proporcionalmente falando, a chance de eu errar a escolha costuma ser bem menor.



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Minha Primeira Coluna do DCine

Abaixo está o texto de minha primeira coluna sobre animação no DCine (Núcleo de Pesquisa em Cinema Digital e Vídeo). Aproveitei alguns trechos de minha matéria sobre a masterclass de Paulo Munhoz no Centro Europeu - sobre cinema Digital e Animação - pra colocar nesse texto, então se você ler e achar que já viu tal frase antes em algum lugar, certamente você viu! E foi aqui mesmo!!!


Olá, inicio esta simpática coluna dizendo que se você ainda pensa que animação é sinônimo de "desenho animado pra crianças" é bom mudar seus conceitos.
Nas palavras do cineasta paranaense Paulo Munhoz, a Animação sempre foi vista como o "patinho feio" do Cinema, aquele que os bam-bam-bans cinematográficos sempre desprezaram, muitas vezes dizendo até que um filme animado não é Cinema.
Ok, então vamos ao filme Avatar, uma das maiores bilheterias de todos os tempos, sucesso no mundo inteiro. Alguém se arrisca a dizer que aquele filme seria o mesmo se não fosse pelas animações 3D que compõem 100% dos cenários de Pandora? É claro que não e o motivo é óbvio: Avatar é, por excelência, um filme de Animação.
Este discreto universo é muito mais extenso do que se pensa, tanto em técnicas quanto em narrativas. Universo este que não nasceu em função do Cinema, mas ainda ANTES da sétima arte começar, quando no século XIX já tínhamos brinquedos que simulavam animações com luz e sombra, como a “phantasmagoria” e o zootróprio.

A Animação é a avó do Cinema, que infelizmente foi jogada num azilo e que agora está voltando à ativa através de renovações como efeitos especiais e o 3D. Mais do que nunca, hoje em dia é praticamente impossível fazer um filme de ficção hollywoodiano sem usar um mínimo de animação.

Mas ao mesmo tempo que falamos das outras tecnologias, não se pode esquecer daquela que deu início a tudo isso, o bom e velho 2D, que nunca morre, pois independente de quantos digam que o Cinema caminha em direção da realidade e que o 3D agora nos possibilita fazer tudo, sempre haverá pessoas de braços abertos pra sair da rotina e viajar por esse deslumbrante mundo contornado.

Então, esta é minha introdução. E àqueles que, apesar de adultos, são totalmente fãs de animações do gênero “infanto-juvenil”, saibam que estamos sim, juntos no mesmo barco, e esses filmes terão seu espaço mais que merecido em minhas próximas colunas.

Finalizando, a você que me ouve, deixo meu convite: viajemos juntos, com ou sem contornos, por todas as vertentes, formas, técnicas e estilos do Cinema de Animação!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cinemas terão cota maior de filmes brasileiros em 2011

Fonte: http://www.bemparana.com.br/

Cinemas terão que apresentar, no mínimo, entre 3 e 14 filmes nacionais diferentes

Prepare-se para ver mais filmes brasileiros nos cinemas em 2011. Uma das últimas decisões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi publicada no Diário Oficial da União na semana passada - o decreto nº 7.414, que estabelece a Cota de Tela e determina a diversidade mínima de títulos nacionais a serem exibidos por cada cinema do País em 2011.

A Cota de Tela é um instrumento que diversos países utilizam para promover o aumento da competitividade e a autosustentabilidade da indústria cinematográfica. No Brasil, a reserva de dias foi estabelecida pela primeira vez na década de 1930 e, desde então, foi reeditada e aprimorada de acordo o desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional.

Os números da Cota de Tela para 2011 foram fixados pelo Ministério da Cultura e pela Presidência da República a partir de estudos técnicos feitos pela Ancine, após a realização de audiências com entidades representativas de produtores, exibidores e distribuidores, ao longo dos meses de novembro e dezembro de 2010.

Este ano, dependendo do número de salas de exibição do complexo, os cinemas terão que apresentar, no mínimo, entre 3 e 14 filmes nacionais diferentes. A partir de 2005, o número estava fixado entre 2 e 11 longas. O aumento é compatível com o crescimento no número anual de lançamentos nacionais, que era da ordem de 30 títulos em 2001, e mais do que duplicou (chegou a 80) no biênio 2009-2010.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

2010 - Ano de Record para o Cinema Nacional

Abaixo o texto do e-mail de Alexandre Oliveira comunicando:


"O cinema Brasileiro faz recorde neste ano de 2010, com 3 filmes queultrapassaram a marca de 3 milhões de espectadores. E para aqueles que acham que são poucos os filmes brasileiros, vejam quantos: No fim de semana do Natal, Tropa de Elite 2 superou em renda osnúmeros de Avatar no Brasil, com R$ 102 milhões arrecadados. Foi mais um recorde para o cinema nacional em 2010, que já tinha batido 2003 como o melhor ano da nossa produção, com quase 25 milhões de espectadores, contra 22 milhões daquele ano de Os Normais e Carandiru.

O Filme B divulgou o ranking com as produções nacionais em 2010. Foium ano marcante também porque, pela primeira vez pós-Retomada, três filmes ultrapassaram a marca de três milhões de ingressos vendidos. Anteriormente, em 2003 (Carandiru e Lisbela e o Prisioneiro) e 2004(Cazuza e Olga) dois filmes atingiram a marca em um mesmo ano.
Confira abaixo a performance de 85 dos cerca de cem filmes brasileirosou coproduções nacionais que chegaram aos nossos cinemas em 2010(número de ingressos vendidos). Alguns parecem fora de ordem porqueforam originalmente listados seguindo seus resultados de bilheteria.
(Fonte: FilmeB)


1. Tropa de Elite 2 - 11.081.199

2. Nosso Lar - 4.060.000

3. Chico Xavier - 3.414.900

4. Muita Calma Nessa Hora - 1.283.391

5. Xuxa em O Mistério de Feiurinha - 1.299.044

6. O Bem Amado - 966.519

7. Lula, O Filho do Brasil - 852.212

8. As Melhores Coisas do Mundo - 310.029

9. Quincas Berro d'Água - 281.173

10. A Suprema Felicidade - 218.124

11. High School Musical - O Desafio - 292.932
12. 5X Favela - Agora por Nós Mesmos - 158.433
13. 400 Contra 1 - A História do Comando Vermelho - 142.534
14. Aparecida, O Milagre - 120.093
15. Federal - 111.695
16. Do Começo ao Fim - 89.258
17. Uma Noite em 67 - 80.766
18. Eu e meu Guarda-Chuva - 97.950
19. Soberano - Seis Vezes São Paulo - 45.434
20. Amor por Acaso - 47.607
21. Como Esquecer - 33.066
22. Segurança Nacional - 37.169
23. José e Pilar - 27.767
24. Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo - 26.361
25. Dzi Croquettes - 23.528
26. Em Teu Nome - 53.721
27. Antes que o Mundo Acabe - 28.390
28. Sonhos Roubados - 23.573
29. Reflexões de um Liquidificador - 23.664
30. O Homem que Engarrafava Nuvens - 19.324
31. Olhos Azuis - 16.193
32. É Proibido Fumar - 15.385
33. Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos - 11.208
34. Cabeça a Prêmio - 10.608
35. A Casa Verde - 24.588
36. Os Inquilinos - 9.813
37. Os Famosos e os Duendes da Morte - 8.406
38. Utopia e Barbárie - 9.909

39. As Cartas Psicografadas por Chico Xavier - 7.336
40. Caro Francis - 5.033
41. Só Dez Por Cento É Mentira - 6.150
42. Rita Cadillac - A Lady do Povo - 4.103
43. O Amor Segundo B. Schianberg - 4.390
44. No Meu Lugar - 5.829
45. Vida Sobre Rodas - 3.491
46. Pachamama - 4.217
47. Todo Poderoso: O Filme - 2.423
48. Cidadão Boilesen - 8.448
49. Quanto Dura o Amor? - 6.212
50. Besouro - 7.388
51. O Sol do Meio-Dia - 2.811
52. Programa Casé - 2.644
53. Praça Saens Peña - 2.138
54. Insolação - 2.235
55. Terra Deu, Terra Come - 2.530
56. Netto e o Domador de Cavalos - 2.170
57. A Guerra dos Vizinhos - 1.829
58. Jards Macalé - 1.805
59. Bellini e o Demônio - 1.933
60. O Grão - 1.976
61. Léo e Bia - 1.367
62. Noel, Poeta da Vila - 4.34
63. Um Lugar ao Sol - 1.806
64. Solo - 992
65. O Abraço Corporativo - 1.001
66. Elevado 3,5 - 900
67. Cildo - 850
68. Veias e Vinhos - 2.500
69. Embarque Imediato - 1.155
70. Topografia de um Desnudo - 1.202
71. Terras - 662
72. Supremacia Vermelha - 568
73. B1 - Tenório em Pequim - 536
74. Ouro Negro - 680
75. Diário de Sintra - 584
76. Meu Mundo em Perigo - 541
77. Plastic City - 426
78. Grêmio 10X0 - 392
79. A Falta que Me Faz - 388
80. A Alma do Osso - 344
81. Fluidos - 274
82. Acácio - 258
83. Alô Alô Terezinha - 378
84. Elza - 248
85. Luto como Mãe - 328"

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Por um lado, ótimo: nunca se produziu tanto no Brasil.
Por outro, assustador: dentre as três maiores bilheterias, DUAS são de filmes espíritas.

Nunca escondi minha posição, e não penso em esconder.
Incrível a quantia de pessoas que vai olhar pra esses números e pensar: é um sinal dos tempos. Só lembrando a esses meus irmãos que a vontade de DEUS é que todos sejam salvos, e não que fiquemos de braços cruzados apenas a olhar o fim de tudo. O espiritismo tomou a proporção que tomou porque eles não cruzaram os braços e agora, estão em todos os setores da sociedade.
Relembrando algo que um dia escrevi no twitter: nem Cinema, nem Arte nenhuma é "coisa do diabo" e por pensarem essas babaquices que entregamos o cinema brasileiro pra ele.
E nem dá pra dizer que nosso atraso é por falta de boas idéias. Temos como inspiração, além da própria BÍBLIA, nossas vivências pessoais, e tudo o que temos presenciado nosso Deus fazer. E não falo apenas de fazer filmes como "A Virada" e todos os outros da Sherwood Pictures, mas também de gêneros hollywoodianos como o simpático "Um Amor para se Recordar" e o maravilhosamente bem escrito "O Livro de Eli".

Já passou da hora do Cristianismo reagir, o que tá faltando um pouquinho de coragem, ousadia e persistência pra permanecer nessa área, afinal não nego que trabalhar no Cinema é desafiador, extressante, além de perigoso, já que disputas de ego são algo bem frequente quando se começa. Mas vale a pena.

 
É praticamente consenso de todos que o tempo está mesmo próximo, e por isso mesmo já passou da hora de acordar e correr, temos muito a fazer! Agora é arregaçar as mangas, deixar o medo, a acomodação de lado e ir à luta.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Coisas que aprendemos com o Entre as Folhas

O texto abaixo é trecho de um e-mail de autoria da profª da disciplina de Audiovisuais Ficcionais, Cynthia Schneider, coordenadora da nossa incompleta e catastrófica, mas construtiva, empreitada cinematográfica.
Pra você que está afim de fazer Cinema, é bom dar uma olhada:

"Oi pessoal.
Vou retomar o assunto do “Entre as Folhas”, pois este filme é um trabalho acadêmico que está em fase de realização na disciplina de Audiovisuais Ficcionais do Curso de Técnico em Produção de Áudio e Vídeo do IFPR. Para refrescar os ânimos vou relembrá-los que o roteiro do filme decorreu da adaptação livre de um poema de Rubem Alves. O poema era o seguinte:

Leia este poema vem devagar,
pois cada imagem
merece a preguiça do olhar:

No mistério do Sem-Fim;
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim um canteiro:
no canteiro, uma violeta,
entre o planeta e o Sem-fim,
A asa de uma borboleta.

É pequeno, mas diz tudo.
Nada lhe falta. Uni-verso.
Nenhuma palavra lhe
Poderia ser tirada.
Assim se faz um poema,
Com palavras essenciais.
O poema diz o essencial.
O essencial é aquilo que,
Se nos fosse roubado,
Morreríamos.
O que não pode ser esquecido.
Substância do nosso corpo
e da nossa alma.

Rubem Alves, in “O Retorno Eterno”

Voltando ao texto original, fico pensando o que autor iria pensar ao ver a briga toda na qual nos metemos por conta da produção de um filme de 2 minutos inspirado neste poema. Achei hilário o vídeo realizado pela diretora de produção Rayane e reconheço que realmente todos nós precisavamos ouvir o desabafo. Vamos aos aspectos didáticos do filme, no que envolve o aprendizado proposto pela disciplina, no sentido de que TODOS aprenderam que:

1 - Ninguém faz um filme sozinho. Sem trabalho de equipe e múltiplos esforços direcionados para o mesmo objetivo não há chance de obtermos um resultado bom;

2 - O descaso ou a não cooperação de alguns fará, necessariamente, que outros trabalhem em dobro. Numa produção real os que não colaboraram teriam sido demitidos. Em nossa situação acadêmica, não conseguiram obter o conceito mínimo no primeiro bimestre na disciplina e terão que recuperar no próximo bimestre.

3 - É muito caro fazer filmes. E em geral, audiovisuais ficcionais custam muito mais caro do que os documentais. É por esta razão que no Brasil existe uma indústria de televisão (jornalismo e seus financiadores publicitários) e não uma de cinema. Quando montamos uma equipe de marketing era justamente para pensar em saídas criativas para resolver os problemas financeiros que certamente apareceriam.

4 - Os primeiros filmes que fazemos servem exatamente para nos mostrar as nossas limitações, dificilmente sua função é nos mostrar o quanto somos bons, criativos, competentes, inovadores ou brilhantes. E daí devemos tirar outra lição: ainda somos muito pouco colaborativos, extremamente desorganizados, não sabemos administrar nosso tempo (levamos horas e horas para gravar coisas que deveriam levar minutos!!), muitas vezes alguns de nós estão apenas de “corpo presente” e não se voluntariam para nada, nossos egos nos permitem dar ordens como se os outros colegas devessem nos servir, não sabemos nos organizar para captar recursos financeiros ou fazer trocas e permutas, nossas habilidades em marketing são nulas, perdemos tempo até com retrabalho. Mas pior do que isso, fomos exigentes ao extremo, mostrando nossa real incapacidade de adaptação à realidade econômica do país em que vivemos, principalmente nos raros investimentos no que compete à arte e ainda por cima, numa situação acadêmica reconhecidamente sem recursos financeiros.

5 - Ainda temos alguns planos para rodar e teremos transporte do IFPR para a locação. se preciso, termos câmera e cinegrafista empresatados também. Fora isso não teremos outros custos. A alimentação, se não for no esquema CUPS “cada um paga o seu” que seja num local onde conseguiram apoio ou patrocínio.


Apesar de todos os problemas que tivemos no caminho, lembro-os que temos um bom material que já foi captado e que ainda temos outros filmes para executar ainda na mesma disciplina: o videoclipe e o filme de 1 minuto sem cortes.

Creio que o objetivo principal pelo qual iniciamos o projeto deste filme foi perfeitamente atendido: todos entenderam a complexidade que é fazer um filme e puderam saber quais as competências de cada cargo numa produção.

Agradeço a todos que colaboraram com a produção do filme até agora, mas creio que já passou da hora de encerrarmos o assunto. Independente da vontade das equipes ativas na produção, aviso aos navegantes que estamos encerrando agora a discussão sobre as questões financeiras."