terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Igreja, o Cristão e as Eleições - Pr. Valdo Fonseca

"Dia 03 de Outubro os brasileiros que têm direito a voto irão às urnas para elegerem seus representantes na gestão dos Estados e do País. Nessa época sempre surgem muitas dúvidas sobre o papel do cristão e da igreja no processo político, abaixo faço algumas considerações sobre o assunto.


O papel da igreja na questão política é educar, conscientizar sem falhar com a ética e com a verdade, mostrar a importância da participação política do cristão e do voto consciente para o bem estar da sociedade. Sem esquecer que 'Igreja e Estado são instituições distintas e autônomas entre si. Éinadmissível que, em nome da religião, cidadãos livres sofram pressões ideológicas. Assim como é deplorável que os religiosos livres sofram pressões ideológicas perpetradas pelo Estado. É incoerente que um Estado de Direito tenha feriados santos, expressões religiosas gravadas em suas cédulas de dinheiro, espaços e recursos públicos loteados entre segmentos religiosos institucionais. É uma vergonha que líderes espirituais emprestem sua credibilidade em questão de fé para servir aos interesses efêmeros e dúbios (em termos de postulados ideológicos e valores morais) da política eleitoral ou eleitoreira.' (pr. Ed René Kivitz)

Apesar do princípio da separação entre igreja e Estado, a igreja em sua missão profética no mundo não pode se omitir diante do pecado, e sim denunciá-lo onde quer que ele esteja e de qualquer tipo. Mesmo que em determinados momentos isto coloque em risco a cabeça de seus líderes, como aconteceu com João Batista e com muitos cristãos ao longo da história do cristianismo. Cabe à igreja denunciar com isenção ideológica, condenar o pecado dos pobres, mas também dos ricos e dos poderosos. Em sua missão profética militar em favor da justiça, sem assumir postura político-partidária contra ou a favor do governo, seja ele qual for. Também faz parte da missão profética da igreja colaborar com o Estado naquilo que faz de bom, que promove a igualdade, estabelece a paz, traz prosperidade e justiça social.

Quanto ao voto do cristão como cidadão de duas pátrias: a terrena e a celestial, nunca pode abrir mão dos valores e princípios do Reino de Deus, em toda a maneira de viver, inclusive quando comparece às urnas eleitorais. O cristão não deve abrir mão desse direito inalienável de votar em seus representantes. Política não é coisa do diabo, o que é satânico é a politicagem. Homens de Deus como José do Egito e Daniel também foram políticos. Por achar que política não é de Deus é que estamos deixando um espaço vazio ocupado por pessoas que não temem ao Senhor, sem compromisso com os princípios éticos cristãos. O voto consciente é o mínimo de envolvimento político de um cristão. Nunca esqueça que decisões do governo sejam a que nível for afetam a todos, inclusive a igreja.

Deus é um Deus de justiça e não admite a corrupção, inclusive a do voto, seja através da troca por benefícios pessoais, seja votando em candidatos só por causa da persuasão da propaganda política que faz, ou porque se diz evangélico sem que saiba como é seu testemunho cristão e seu compromisso com Cristo e com a igreja. Outra forma de corromper o voto é votar por causa da aparência física ou por afinidade pessoal sem levar em conta a ideologia, o histórico de vida e as propostas do candidato. O cristão não pode deixar que ninguém (inclusive seus líderes espirituais) manipule sua consciência e consequentemente o seu voto.

Por fim, pense bem antes de votar num candidato só porque se diz evangélico, sobre esse assunto concordo plenamente com o pr. Israel de Azevedo, quando fala do perfil com o minímo de características aceitáveis para um candidato a um mandado político de cidadão que se apresenta como cristão evangélico:

'O mínimo e o máximo são integridade e competência. Íntegro é o político que não visa, com sua postulação e participação, o benefício próprio, de sua família e/ou de seu grupo. Íntegro é o político crente que admite que pecado é pecado, não importa o foro em que é cometido. Mentira é mentira, roubo é roubo, por exemplo. Ele não precisa de um decreto que lhe proíba contratar um parente. Um político não vende a sua alma para se eleger ou reeleger. Competente é o político que tem um ideal, com uma agenda bem preparada e organizada, e percebe meios de realizar esta paixão. O político competente conhece o mundo real, inclusive o mundo da política, essa arte do possível. O político competente, conhece a sua cidade, seu estado, seu país e tem soluções para os seus principais problemas. O político competente pensa a longo prazo.'


Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa,
façam tudo para a glória de Deus.
I Co 10:31

Tenhamos uma semana abençoada!"

Pr. Valdo Fonseca de Oliveira
Igreja Batista do Cajuru

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