quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Até onde vai a sua Coragem?

Tive um sonho estranho esta noite e acho que a história é interessante para se refletir. Entretanto, por motivos de ética terei de substituir a instituição "religiosa" que me foi mostrada como ditatorial no sonho por uma sigla fictícia, para evitar qualquer complicação. Algumas partes do sonho não são muito importantes para a conclusão final, mas como não gosto de picotar experiências, narrarei a história inteira. Dada a devida introdução, vamos ao sonho:

Entrávamos de carro em uma cidade estranha, um misto de Florianópolis, Rio de Janeiro (eu nunca estive no Rio) e algo mais cinzento, com muito concreto, talvez Curitiba. Era dia e o tempo estava um pouco nublado. Parecia ser natal, pois havia bonecos infláveis de papai-noel por boa parte da cidade e de todos os tamanhos - desde os do tamanho de um travesseiro até alguns gigantes, que foram vistos apenas de longe e pareciam andar sozinhos. Havia em todos os lugares placas com o símbulo e a sigla da "X.Y.Z." e logo soubemos que era ela quem governava ali.

Depois, o sonho pula para um momento em que estou sobrevoando a cidade - segurada em duas folhas de papel minúsculas que, quando juntas em forma de asinhas de avião, me proporcionam capacidade de planar. Aterriso pela janela de um apartamento, em um prédio relativamente alto. Entro no quarto para procurar algo. Algo que a "X.Y.Z." não quer que eu encontre. É quando uma menininha de uns 9 anos que olhava pela janela do prédio vizinho me percebe e grita algo para alguém. Não me lembro do que ela disse, mas sei que fui descoberta.

Rapidamente uno as asas de papel e desço dali planando rápido pela escadaria, saio por uma janela e pego carona em uma corrente de vento para subir e acelerar. Em poucos minutos, já estou no prédio onde havia conseguido hospedagem. É um lugar um tanto humilde, com pessoas que também tem aparência humilde. Não sei dizer quantas e quais dessas pessoas são minhas aliadas, mas me surpreendo ao ver aquela menininha entre eles, e principalmente por não saber como ela chegou lá tão rápido.

Há um computador no apartamento onde estou, um pouco antigo. Sento-me nele e começo a digitar - acho que estou mandando uma mensagem a alguém - mas a menina se senta ao meu lado e começa a escrever algo no meio da minha mensagem. Tento apagar com o 'backspace' enquanto ela digita, mas o botão simplesmente não funciona. Assim que ela termina, se afasta e fica me encarando. Me aproximo então, para ler o que ela escreveu. Apesar de saber bem o significado geral da mensagem, não me lembro exatamente das palavras como foi escrito, exceto a primeira, que dá início a uma enumeração: "escalpelados, ..." e seguem depois umas outras palavrinhas relacionadas a métodos de tortura, indicando o que acontecia com quem era contrário à "X.Y.Z.".
O sonho termina, acordo pensativa.

Às vezes nos achamos tão corajosos, dizemos que faríamos tudo para servir aos propósitos de Deus e lutaríamos até o fim por Ele, mas não costumamos medir nossas palavras a exemplos práticos. É na hora do "vamos ver" que descobriremos a nós mesmos até onde vai a nossa coragem, e a partir de onde começa o nosso medo.

Eu sempre fui do tipo "Não tenho medo de ninguém! Vou lutar até o fim, ninguém vai me impedir!". Nunca fui boa em medir minhas palavras, independente de quem fosse meu interlocutor. Sempre me considerei como alguém que não teme as consequências quando faz algo certo. Em teoria, sempre fui corajosa.

Mas confesso que gelei quando li as ameaças na tela do computador.
E aquilo era só um sonho.

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