Tive um sonho estranho esta noite e acho que a história é interessante para se refletir. Entretanto, por motivos de ética terei de substituir a instituição "religiosa" que me foi mostrada como ditatorial no sonho por uma sigla fictícia, para evitar qualquer complicação. Algumas partes do sonho não são muito importantes para a conclusão final, mas como não gosto de picotar experiências, narrarei a história inteira. Dada a devida introdução, vamos ao sonho:
Entrávamos de carro em uma cidade estranha, um misto de Florianópolis, Rio de Janeiro (eu nunca estive no Rio) e algo mais cinzento, com muito concreto, talvez Curitiba. Era dia e o tempo estava um pouco nublado. Parecia ser natal, pois havia bonecos infláveis de papai-noel por boa parte da cidade e de todos os tamanhos - desde os do tamanho de um travesseiro até alguns gigantes, que foram vistos apenas de longe e pareciam andar sozinhos. Havia em todos os lugares placas com o símbulo e a sigla da "X.Y.Z." e logo soubemos que era ela quem governava ali.
Depois, o sonho pula para um momento em que estou sobrevoando a cidade - segurada em duas folhas de papel minúsculas que, quando juntas em forma de asinhas de avião, me proporcionam capacidade de planar. Aterriso pela janela de um apartamento, em um prédio relativamente alto. Entro no quarto para procurar algo. Algo que a "X.Y.Z." não quer que eu encontre. É quando uma menininha de uns 9 anos que olhava pela janela do prédio vizinho me percebe e grita algo para alguém. Não me lembro do que ela disse, mas sei que fui descoberta.
Rapidamente uno as asas de papel e desço dali planando rápido pela escadaria, saio por uma janela e pego carona em uma corrente de vento para subir e acelerar. Em poucos minutos, já estou no prédio onde havia conseguido hospedagem. É um lugar um tanto humilde, com pessoas que também tem aparência humilde. Não sei dizer quantas e quais dessas pessoas são minhas aliadas, mas me surpreendo ao ver aquela menininha entre eles, e principalmente por não saber como ela chegou lá tão rápido.
Há um computador no apartamento onde estou, um pouco antigo. Sento-me nele e começo a digitar - acho que estou mandando uma mensagem a alguém - mas a menina se senta ao meu lado e começa a escrever algo no meio da minha mensagem. Tento apagar com o 'backspace' enquanto ela digita, mas o botão simplesmente não funciona. Assim que ela termina, se afasta e fica me encarando. Me aproximo então, para ler o que ela escreveu. Apesar de saber bem o significado geral da mensagem, não me lembro exatamente das palavras como foi escrito, exceto a primeira, que dá início a uma enumeração: "escalpelados, ..." e seguem depois umas outras palavrinhas relacionadas a métodos de tortura, indicando o que acontecia com quem era contrário à "X.Y.Z.".
O sonho termina, acordo pensativa.
Às vezes nos achamos tão corajosos, dizemos que faríamos tudo para servir aos propósitos de Deus e lutaríamos até o fim por Ele, mas não costumamos medir nossas palavras a exemplos práticos. É na hora do "vamos ver" que descobriremos a nós mesmos até onde vai a nossa coragem, e a partir de onde começa o nosso medo.
Eu sempre fui do tipo "Não tenho medo de ninguém! Vou lutar até o fim, ninguém vai me impedir!". Nunca fui boa em medir minhas palavras, independente de quem fosse meu interlocutor. Sempre me considerei como alguém que não teme as consequências quando faz algo certo. Em teoria, sempre fui corajosa.
Mas confesso que gelei quando li as ameaças na tela do computador.
E aquilo era só um sonho.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
A Igreja, o Cristão e as Eleições - Pr. Valdo Fonseca
"Dia 03 de Outubro os brasileiros que têm direito a voto irão às urnas para elegerem seus representantes na gestão dos Estados e do País. Nessa época sempre surgem muitas dúvidas sobre o papel do cristão e da igreja no processo político, abaixo faço algumas considerações sobre o assunto.
O papel da igreja na questão política é educar, conscientizar sem falhar com a ética e com a verdade, mostrar a importância da participação política do cristão e do voto consciente para o bem estar da sociedade. Sem esquecer que 'Igreja e Estado são instituições distintas e autônomas entre si. Éinadmissível que, em nome da religião, cidadãos livres sofram pressões ideológicas. Assim como é deplorável que os religiosos livres sofram pressões ideológicas perpetradas pelo Estado. É incoerente que um Estado de Direito tenha feriados santos, expressões religiosas gravadas em suas cédulas de dinheiro, espaços e recursos públicos loteados entre segmentos religiosos institucionais. É uma vergonha que líderes espirituais emprestem sua credibilidade em questão de fé para servir aos interesses efêmeros e dúbios (em termos de postulados ideológicos e valores morais) da política eleitoral ou eleitoreira.' (pr. Ed René Kivitz)
Apesar do princípio da separação entre igreja e Estado, a igreja em sua missão profética no mundo não pode se omitir diante do pecado, e sim denunciá-lo onde quer que ele esteja e de qualquer tipo. Mesmo que em determinados momentos isto coloque em risco a cabeça de seus líderes, como aconteceu com João Batista e com muitos cristãos ao longo da história do cristianismo. Cabe à igreja denunciar com isenção ideológica, condenar o pecado dos pobres, mas também dos ricos e dos poderosos. Em sua missão profética militar em favor da justiça, sem assumir postura político-partidária contra ou a favor do governo, seja ele qual for. Também faz parte da missão profética da igreja colaborar com o Estado naquilo que faz de bom, que promove a igualdade, estabelece a paz, traz prosperidade e justiça social.
Quanto ao voto do cristão como cidadão de duas pátrias: a terrena e a celestial, nunca pode abrir mão dos valores e princípios do Reino de Deus, em toda a maneira de viver, inclusive quando comparece às urnas eleitorais. O cristão não deve abrir mão desse direito inalienável de votar em seus representantes. Política não é coisa do diabo, o que é satânico é a politicagem. Homens de Deus como José do Egito e Daniel também foram políticos. Por achar que política não é de Deus é que estamos deixando um espaço vazio ocupado por pessoas que não temem ao Senhor, sem compromisso com os princípios éticos cristãos. O voto consciente é o mínimo de envolvimento político de um cristão. Nunca esqueça que decisões do governo sejam a que nível for afetam a todos, inclusive a igreja.
Deus é um Deus de justiça e não admite a corrupção, inclusive a do voto, seja através da troca por benefícios pessoais, seja votando em candidatos só por causa da persuasão da propaganda política que faz, ou porque se diz evangélico sem que saiba como é seu testemunho cristão e seu compromisso com Cristo e com a igreja. Outra forma de corromper o voto é votar por causa da aparência física ou por afinidade pessoal sem levar em conta a ideologia, o histórico de vida e as propostas do candidato. O cristão não pode deixar que ninguém (inclusive seus líderes espirituais) manipule sua consciência e consequentemente o seu voto.
Por fim, pense bem antes de votar num candidato só porque se diz evangélico, sobre esse assunto concordo plenamente com o pr. Israel de Azevedo, quando fala do perfil com o minímo de características aceitáveis para um candidato a um mandado político de cidadão que se apresenta como cristão evangélico:
'O mínimo e o máximo são integridade e competência. Íntegro é o político que não visa, com sua postulação e participação, o benefício próprio, de sua família e/ou de seu grupo. Íntegro é o político crente que admite que pecado é pecado, não importa o foro em que é cometido. Mentira é mentira, roubo é roubo, por exemplo. Ele não precisa de um decreto que lhe proíba contratar um parente. Um político não vende a sua alma para se eleger ou reeleger. Competente é o político que tem um ideal, com uma agenda bem preparada e organizada, e percebe meios de realizar esta paixão. O político competente conhece o mundo real, inclusive o mundo da política, essa arte do possível. O político competente, conhece a sua cidade, seu estado, seu país e tem soluções para os seus principais problemas. O político competente pensa a longo prazo.'
Tenhamos uma semana abençoada!"
O papel da igreja na questão política é educar, conscientizar sem falhar com a ética e com a verdade, mostrar a importância da participação política do cristão e do voto consciente para o bem estar da sociedade. Sem esquecer que 'Igreja e Estado são instituições distintas e autônomas entre si. Éinadmissível que, em nome da religião, cidadãos livres sofram pressões ideológicas. Assim como é deplorável que os religiosos livres sofram pressões ideológicas perpetradas pelo Estado. É incoerente que um Estado de Direito tenha feriados santos, expressões religiosas gravadas em suas cédulas de dinheiro, espaços e recursos públicos loteados entre segmentos religiosos institucionais. É uma vergonha que líderes espirituais emprestem sua credibilidade em questão de fé para servir aos interesses efêmeros e dúbios (em termos de postulados ideológicos e valores morais) da política eleitoral ou eleitoreira.' (pr. Ed René Kivitz)
Apesar do princípio da separação entre igreja e Estado, a igreja em sua missão profética no mundo não pode se omitir diante do pecado, e sim denunciá-lo onde quer que ele esteja e de qualquer tipo. Mesmo que em determinados momentos isto coloque em risco a cabeça de seus líderes, como aconteceu com João Batista e com muitos cristãos ao longo da história do cristianismo. Cabe à igreja denunciar com isenção ideológica, condenar o pecado dos pobres, mas também dos ricos e dos poderosos. Em sua missão profética militar em favor da justiça, sem assumir postura político-partidária contra ou a favor do governo, seja ele qual for. Também faz parte da missão profética da igreja colaborar com o Estado naquilo que faz de bom, que promove a igualdade, estabelece a paz, traz prosperidade e justiça social.
Quanto ao voto do cristão como cidadão de duas pátrias: a terrena e a celestial, nunca pode abrir mão dos valores e princípios do Reino de Deus, em toda a maneira de viver, inclusive quando comparece às urnas eleitorais. O cristão não deve abrir mão desse direito inalienável de votar em seus representantes. Política não é coisa do diabo, o que é satânico é a politicagem. Homens de Deus como José do Egito e Daniel também foram políticos. Por achar que política não é de Deus é que estamos deixando um espaço vazio ocupado por pessoas que não temem ao Senhor, sem compromisso com os princípios éticos cristãos. O voto consciente é o mínimo de envolvimento político de um cristão. Nunca esqueça que decisões do governo sejam a que nível for afetam a todos, inclusive a igreja.
Deus é um Deus de justiça e não admite a corrupção, inclusive a do voto, seja através da troca por benefícios pessoais, seja votando em candidatos só por causa da persuasão da propaganda política que faz, ou porque se diz evangélico sem que saiba como é seu testemunho cristão e seu compromisso com Cristo e com a igreja. Outra forma de corromper o voto é votar por causa da aparência física ou por afinidade pessoal sem levar em conta a ideologia, o histórico de vida e as propostas do candidato. O cristão não pode deixar que ninguém (inclusive seus líderes espirituais) manipule sua consciência e consequentemente o seu voto.
Por fim, pense bem antes de votar num candidato só porque se diz evangélico, sobre esse assunto concordo plenamente com o pr. Israel de Azevedo, quando fala do perfil com o minímo de características aceitáveis para um candidato a um mandado político de cidadão que se apresenta como cristão evangélico:
'O mínimo e o máximo são integridade e competência. Íntegro é o político que não visa, com sua postulação e participação, o benefício próprio, de sua família e/ou de seu grupo. Íntegro é o político crente que admite que pecado é pecado, não importa o foro em que é cometido. Mentira é mentira, roubo é roubo, por exemplo. Ele não precisa de um decreto que lhe proíba contratar um parente. Um político não vende a sua alma para se eleger ou reeleger. Competente é o político que tem um ideal, com uma agenda bem preparada e organizada, e percebe meios de realizar esta paixão. O político competente conhece o mundo real, inclusive o mundo da política, essa arte do possível. O político competente, conhece a sua cidade, seu estado, seu país e tem soluções para os seus principais problemas. O político competente pensa a longo prazo.'
Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa,
façam tudo para a glória de Deus.
I Co 10:31
Tenhamos uma semana abençoada!"
Pr. Valdo Fonseca de Oliveira
Igreja Batista do Cajuru
Avatar e a hipnose do 3D
=( obs: postagem com conteúdo spoiler. Se você não viu o filme e não quer saber o final, assista e depois leia o textinho =)
Esse post está um pouquinho bem atrasado, mas já que o filme Avatar agora terá reexibição nos cinemas (pra poder se autoproclamar o superhipermegapower insuperável mais assistido de todos os tempos), vou aproveitar pra escrever sobre O Fenômeno - que não é nem o Ronaldo, e nem o filme do Travolta, mas sim a incrível tecnologia que até agora só esse filme tem: o 3D de verdade.
Sim, de verdade, porque os outros lançamentos até agora (Alices, Toy Storys, Shreckes, Origens e Dragões da vida) foram gravados em 2D e "convertidos" ao 3D, ou seja se você não viu Avatar e até agora não entende o porquê do fusuê que se fez agora em torno de uma tecnologia que já existia nos tempos de Hitchcock, não se preocupe. Apenas o filme dos bichinhos azuis usou de fato essa tecnologia que imita o olho humano, conseguindo assim a proeza de colocar a platéia em absoluto transe hipnótico por incríveis quase três horas.
Em transe hipnótico? Por quê? Além dos aspectos teológicos que NÃO DISCUTIREI neste post, seria praticamente impossível a um bom cinéfilo aguentar um filme com roteiro, diálogos e triiilha sonora tão insossos e clichês por tanto tempo sem querer sair da sala e pedir o dinheiro de volta, se não fosse pela fenomenal tecnologia empregada nessa obra. Avatar é por excelência um filme de pós-produção. Isso, e as câmeras bi-oculares de James Cameron, responsáveis pelo efeito 3D.
Em termos de roteiro, Avatar é um Dança com Lobos ao estilo Matrix - como diria Pablo Villaça, que infelizmente também foi hipnotizado pelo alucinógeno das flores fosforescentes - contando a história de um veterano de guerra que vai ao planeta Pandora e se infiltra entre os nativos, vestindo uma carcaça transgênica de Na'Vi, na intenção de estudá-los e descobrir seus pontos fracos para facilitar o ataque do general malvadão com a cicatriz à la Scar. Entretanto, como era de se esperar, nosso bondoso herói se apaixona pelo estilo de vida dos Na'Vi - e também pela mocinha azul que de tanto odiá-lo vira professora dele e se apaixona também - e resolve se rebelar contra o general malvadão cicatrizado.
Isso clareou o conceito de clichê pra você? Avatar tem a fórmula completa do clichê que o povo não cansa de assistir: um herói que muda de lado, uma mocinha forte e sensual, uma nação pura correndo o risco de ser extinto, uma lenda de um herói, uma fera feroz (puts redundância) que só é domada pelo mais bravo guerreiro, um bandido com uma marca no rosto, um covarde ganancioso em busca dos tesouros dos nativos (isso não lembrou Pocahontas também?), uma equipe de nerds ambientalistas que são zoados pelos burros militares, mas que ajudam o mocinho provando que inteligência supera força (ai ninguém nunca viu isso, né?), uma guerra épica antecedida pela reunião de povos de todo o planeta Pandora, preparados para ajudar nossos heróis, e uma reviravolta espetacular e sobrenatural no terceiro ato. Isso sem falar do básico momento de desespero, quando a coisa fica preta pros azuisinhos e a culpa vai pro herói: "nós confiamos em você"," você nos traiu", "você é um deles" e poraí vai.
José Wilker acertou na mosca quando disse que Avatar "engana bem", pois é bem isso que o filme traz. E se alguém for falar da questão ecológica desse filme, basta lembrar da animação Wall-E e de outras dezenas de filmes nas últimas décadas que trataram melhor da questão do que esse filme.
Enfim, após ver esse filme ser descascado, moído, triturado e pisoteado apenas nos aspectos cinematográficos, espero que você consiga ter uma visão um pouco mais exigente da próxima vez que for ao cinema para ver um filme rodado em 3D real, porque além da dor de cabeça que causa em alguns, essa tecnologia é um alucinógeno poderoso pra atrair ma$$as e espantar análises críticas.
Esse post está um pouquinho bem atrasado, mas já que o filme Avatar agora terá reexibição nos cinemas (pra poder se autoproclamar o superhipermegapower insuperável mais assistido de todos os tempos), vou aproveitar pra escrever sobre O Fenômeno - que não é nem o Ronaldo, e nem o filme do Travolta, mas sim a incrível tecnologia que até agora só esse filme tem: o 3D de verdade.
Sim, de verdade, porque os outros lançamentos até agora (Alices, Toy Storys, Shreckes, Origens e Dragões da vida) foram gravados em 2D e "convertidos" ao 3D, ou seja se você não viu Avatar e até agora não entende o porquê do fusuê que se fez agora em torno de uma tecnologia que já existia nos tempos de Hitchcock, não se preocupe. Apenas o filme dos bichinhos azuis usou de fato essa tecnologia que imita o olho humano, conseguindo assim a proeza de colocar a platéia em absoluto transe hipnótico por incríveis quase três horas.
Em transe hipnótico? Por quê? Além dos aspectos teológicos que NÃO DISCUTIREI neste post, seria praticamente impossível a um bom cinéfilo aguentar um filme com roteiro, diálogos e triiilha sonora tão insossos e clichês por tanto tempo sem querer sair da sala e pedir o dinheiro de volta, se não fosse pela fenomenal tecnologia empregada nessa obra. Avatar é por excelência um filme de pós-produção. Isso, e as câmeras bi-oculares de James Cameron, responsáveis pelo efeito 3D.
Em termos de roteiro, Avatar é um Dança com Lobos ao estilo Matrix - como diria Pablo Villaça, que infelizmente também foi hipnotizado pelo alucinógeno das flores fosforescentes - contando a história de um veterano de guerra que vai ao planeta Pandora e se infiltra entre os nativos, vestindo uma carcaça transgênica de Na'Vi, na intenção de estudá-los e descobrir seus pontos fracos para facilitar o ataque do general malvadão com a cicatriz à la Scar. Entretanto, como era de se esperar, nosso bondoso herói se apaixona pelo estilo de vida dos Na'Vi - e também pela mocinha azul que de tanto odiá-lo vira professora dele e se apaixona também - e resolve se rebelar contra o general malvadão cicatrizado.
Isso clareou o conceito de clichê pra você? Avatar tem a fórmula completa do clichê que o povo não cansa de assistir: um herói que muda de lado, uma mocinha forte e sensual, uma nação pura correndo o risco de ser extinto, uma lenda de um herói, uma fera feroz (puts redundância) que só é domada pelo mais bravo guerreiro, um bandido com uma marca no rosto, um covarde ganancioso em busca dos tesouros dos nativos (isso não lembrou Pocahontas também?), uma equipe de nerds ambientalistas que são zoados pelos burros militares, mas que ajudam o mocinho provando que inteligência supera força (ai ninguém nunca viu isso, né?), uma guerra épica antecedida pela reunião de povos de todo o planeta Pandora, preparados para ajudar nossos heróis, e uma reviravolta espetacular e sobrenatural no terceiro ato. Isso sem falar do básico momento de desespero, quando a coisa fica preta pros azuisinhos e a culpa vai pro herói: "nós confiamos em você"," você nos traiu", "você é um deles" e poraí vai.
José Wilker acertou na mosca quando disse que Avatar "engana bem", pois é bem isso que o filme traz. E se alguém for falar da questão ecológica desse filme, basta lembrar da animação Wall-E e de outras dezenas de filmes nas últimas décadas que trataram melhor da questão do que esse filme.
Enfim, após ver esse filme ser descascado, moído, triturado e pisoteado apenas nos aspectos cinematográficos, espero que você consiga ter uma visão um pouco mais exigente da próxima vez que for ao cinema para ver um filme rodado em 3D real, porque além da dor de cabeça que causa em alguns, essa tecnologia é um alucinógeno poderoso pra atrair ma$$as e espantar análises críticas.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Charles Chaplin - Tempos Modernos
Como não sorrir perante uma piada tão inocente? Como não se cativar com a história e os dramas de um personagem tão simpático, tão simples, humilde, sonhador... E tão real.
Charles Chaplin, nascido em um subúrbio de Londres, há mais de um século atrás. Um menino que deu seu primeiro show num palco de teatro aos cinco anos de idade. Um garoto que chegou a passar fome por sua pobreza, viu sua mãe ser internada em um sanatório, foi colocado e expulso de vários orfanatos.
Um rapaz que de pobre maltrapilho se tornou um dos maiores nomes da história do Cinema e da Humanidade. Seus filmes não eram simples comédias, eram dramas e histórias de uma vida real, tratando de pessoas que passavam por problemas e adversidades comuns a muitos de nós, mas que mesmo com tantas desilusões continuavam seguindo em frente, com força, esperança... E um sorriso em seu rosto.
Essa é a grande lição do personagem Carlitos, um "vagabundo" que nunca consegue se dar bem num emprego, um homem simples que faz o possível para ajudar os que estão ao seu redor. Um homem que ri, chora, enlouquece, se atrapalha, cai e se levanta. E é essa a simplicidade que o eternizou. Chaplin conseguia causar em seu público as emoções mais genuínas e belas sem dizer sequer uma palavra. Mas ao abrir sua boca, o cineasta criava os discursos mais poéticos, as frases mais belas e as canções mais genuínas. Tempos Modernos foi seu primeiro filme sonoro. "Smile" surge sutilmente como melodia deste filme. É a canção que melhor traduz todos os filmes de Charles Chaplin, que acima de tudo transmite esperança.
Smile,
Though your heart is aching
Smile,
Even though it’s breaking
When there are clouds in the sky
You’ll get by
If you smile
With your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You’ll find that life is still worthwhile
If you just
Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear maybe ever so near
That’s the time you must keep on trying
Smile,
What’s the use of crying
You’ll find that life is still worthwhile
If you just
Smile,
Though your heart is aching
Smile,
Even though it’s breakin’
When there are clouds in the sky
You’ll get by
If you smile
Through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You’ll find that life is still worthwhile
If you just smile
That’s the time
You must keep on trying
Smile,
What’s the use of crying
You’ll find that life is still worthwhile
If you just smile
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
(Charles Chaplin)
Poemas do curta "Desvanecer"
Estes são trechos de poema feitos para compor meu 1º roteiro individual original, do filme Desvanecer. Acompanha abaixo uma imagem na qual me baseei para compor o 1º trecho.
Sinopse do filme: Oliver é um fotógrafo free-lancer recalcado que faz videocasts de banalidades em seu blog. Não sabe nada sobre literatura, mas é contratado por um jornal para fotografar o lançamento de um livro da famosa e arrogante escritora-jornalista Camille Castillo. Oliver se apaixona por ela, mas ela simplesmente o ignora. No dia seguinte, ele vai à livraria Kafka para comprar o livro e encontra um diário em branco perdido no chão, com o nome de Camille escrito na capa. Quando chega em casa, descobre que o dia-a-dia da mulher surge escrito misteriosamente nas páginas desse diário, narrado em primeira pessoa. A partir daí, todos os dias ele tenta causar uma boa impressão a Camille e conquistá-la, mas no final de cada dia ele abre o diário e descobre que piorou ainda mais a situação.
Todos os poemas são de autoria minha, mas totalmente baseados nos sentimentos e vivências da personagem Camille Castillo.
Sinopse do filme: Oliver é um fotógrafo free-lancer recalcado que faz videocasts de banalidades em seu blog. Não sabe nada sobre literatura, mas é contratado por um jornal para fotografar o lançamento de um livro da famosa e arrogante escritora-jornalista Camille Castillo. Oliver se apaixona por ela, mas ela simplesmente o ignora. No dia seguinte, ele vai à livraria Kafka para comprar o livro e encontra um diário em branco perdido no chão, com o nome de Camille escrito na capa. Quando chega em casa, descobre que o dia-a-dia da mulher surge escrito misteriosamente nas páginas desse diário, narrado em primeira pessoa. A partir daí, todos os dias ele tenta causar uma boa impressão a Camille e conquistá-la, mas no final de cada dia ele abre o diário e descobre que piorou ainda mais a situação.
Todos os poemas são de autoria minha, mas totalmente baseados nos sentimentos e vivências da personagem Camille Castillo.
"Um canto que não se ouve mais
De um tempo que eu já esquecera
A dor da perda retorna a mim
Minha criança interna morrera."
"Ele rugiu pra esconder o choro
Fincou os pés pra não cair no chão
Cobriu de espinhos sua carcaça mole
Chamou de força sua solidão.
Fechou os olhos, tentou esquecer
Trancou os ouvidos pra não se render
À melodia de que tanto foge
Melodia de amor e de morte."
Acredite ou não, essa história é pra ser uma comédia romântica.
Como? Você vai ter que esperar pra ver ;)
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