terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O que vamos levar

"Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?"
Eclesiastes 1:3

O programa "Hoje em Dia" dessa terça-feira deu passou uma matéria sobre o drama e as dificuldades dos desabrigados que tiveram suas casas e suas coisas levadas pela enchente de cerca de um ano atrás. Muitos ainda sem ter onde morar, o auxílio aluguel de R$ 500,00 prometido pela prefeitura (ou pelo governo federal, não lembro) ainda não chegou desde aquela época... Depois veio outra matéria, sobre o risco que tem os "brasiguaios" (brasileiros que possuem terras na fronteira do Paraguai) de perder suas terras devido às novas sanções (é esse o nome, né) que estão para ser feitas pelo governo daquele país. Eu lia a segunda parte de Mateus 6 quando soube dessas notícias na TV, que fala para não ajuntarmos tesouros na terra, "onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;" (v.19) e sim tesouros no céu. Não sei se pareço muito radical, mas penso que se o meu dinheiro, ou meu trabalho não tem um propósito que gere frutos para a eternidade, então de que adianta fazê-lo? Casas podem ser destruídas por desastres naturais (muitos consequentes da nossa própria burrice e falta de planejamento dos governantes, mas enfim), terrenos podem ser tomados por leis injustas... Um simples descuido no volante pode por fim tanto ao carro, como às nossas vidas! E quando morrermos não vamos levar nada do que temos aqui, e dinheiro, bens, não vai valer mais nada.

"Ajunteis tesouros no céu" não significa que não devemos buscar prosperidade financeira, emprego bem remunerado ou bens materiais: significa que tudo isso precisa ter um propósito maior, não devemos buscar por mero conforto, status e menos ainda por ganância, porque isso passa como vento e com o tempo virará pó. Nosso propósito maior neste mundo é glorificar a Deus, é servir e ajudar ao próximo, é levar pessoas pra Cristo.

Vidas, esses são os tesouros que levaremos para a eternidade.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Um Sentido

Uma das coisas que mais me inquietava desde a infância com relação a Deus era saber o que Ele queria de mim - de certa forma, qual meu sentido na vida e onde Deus se encaixava? Pois apenas crer que Ele existia e não mentir, não roubar, etc. não me pareciam o suficiente. Quando eu tinha meus 10, 11 anos de idade, meu pai parecia achar que me fazer decorar mecanicamente os versículos do livro de Provérbios – da Bíblia – e dizer que eu já era grande e que tinha de fazer "algo" por Deus era o necessário pra que eu tivesse uma vida cristã. Da maneira que ele falava parecia ser um dever, um peso, um compromisso sério que eu não conseguia entender. O tempo passou, houve o divórcio, fui retirada da igreja e, por um bom tempo, as mesmas perguntas continuavam em meu coração. Dos 13 aos 16 anos passei a ouvir o programa diário de rádio do Padre Marcelo e me auto-intitulei como "católica por rádio", tentei ir à catequese, às missas, mas aquilo não tinha o que eu precisava. Com 18 anos me considerava uma simples "sem-religião", que apenas acreditava na existência de um Deus e cria que havia sido criada revolucionar e mudar o mundo através do meu Cinema, que na época era um meio-termo entre o blockbuster e o cine-arte, com uma porção de animações, um ou outro documentário, poucos dramas e mais centenas de fantasias estranhas; uma das minhas maiores pretenções era juntar todos os credos, achando que pegando o melhor de cada religião e filosofia eu teria a Paz mundial e satisfação pessoal. 
Aquilo me pareceu suficiente por um tempo, até eu conhecer em 2009 um rapaz chamado Wellington. Havia duas coisas que me impressionavam nele: a primeira era o modo como me aconselhava, muitas vezes dizendo não o que eu queria ouvir, mas o que eu precisava ouvir; e a segunda era o modo carinhoso como falava de Deus: ele não usava de simples retórica ou de algum texto feito sobre um Ser sobrenatural acima de toda a compreensão humana – ele falava de Deus como se fosse um amigo, alguém próximo e presente, e mais: ele sentia isso; esse amor por Deus, essa intimidade transparecia de uma maneira tão natural que eu não conseguia compreender. Independente da "avançada" filosofia espiritual que eu tivesse, de todo o conhecimento e junção religiosa que buscasse pra alcançar o divino, tudo aquilo empalideceria perante o jeito simples com o qual aquele garoto cheio de defeitos se relacionava com seu Deus.
Por muito tempo pensei que isso era exclusividade dele, pois oriunda de uma igreja evangélica eu nunca vira isso antes, ou ao menos não percebia. Mas quando a situação apertou e Wellington já não fazia mais parte do meu convívio (por vários motivos, inclusive muitas burrices minhas), acabei por ironia divina parando exatamente na igreja que deixara anos atrás, não sabendo as surpresas que me aguardavam por lá. Duas coisas impactantes que descobri nesta igreja, onde estou até hoje, foram:
1.       Aquela paixão que Wellington tinha por Deus não era uma exclusividade dele; e
2.      Eu também podia ser assim.
Intimidade com Deus não é um privilégio apenas de grandes figuras históricas e bíblicas: é algo que Ele quer de cada um de nós. Eu demorei muito a entender (19 anos, hehehe) que o que Deus quer de mim não é que eu apenas leia a Bíblia e cumpra os mandamentos; o propósito de Deus ter se feito carne (Jesus), se sacrificado e ressuscitado dos mortos foi para que hoje eu pudesse ter acesso livre a Ele, um relacionamento com Deus!!! Jesus é a ligação, a porta para conhecer a Deus, poder falar com Ele e ainda ouví-lo. Deus me criou para se relacionar comigo como um bom pai/amigo deve se relacionar com seus filhos, no sentido mais literal da palavra, ou seja: amando, ouvindo as coisas mais íntimas e até as mais triviais que passam pela nossa mente, pelo nosso coração. Muitas vezes somos levados a pensar que nossos problemas são tão pequenos diante de inúmeras dificuldades de outras pessoas, que parece-nos egoísmo falar de coisas pequenas do nosso dia-a-dia, como se Deus não se importasse com elas. Mas Deus não é um governador, ou um presidente; Ele é um pai, um amigo próximo que nos acompanha diariamente onde quer que vamos. Já imaginou você andar o dia inteiro com uma pessoa do seu lado e não lhe dirigir uma palavra sequer? Deus se importa com o mínimo, e se importa com o máximo, afinal Ele é Deus, Ele é onipotente, é onipresente, e é onisciente. Mas apesar de saber de tudo, pra que Ele possa agir na nossa vida nós temos que permitir.
E como fazemos isso? Por meio da oração.
Oração é diálogo com Deus, é conversa, um momento de se abrir, de ser sincero, de ser grato, de buscar a Deus. Quanto mais conversamos com alguém, mais acabamos sabendo sobre essa pessoa e é assim com Deus também.
E nunca é tarde pra começar.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Entre as Folhas: o Fim.

( obs: se você quer saber mais sobre outros capítulos dessa “saga”, clique no marcador “Entre as Folhas” logo acima =D )







Um filme que nunca existiu. Cheguei a mencionar remotamente num post anterior sobre a produção deste curta e um erro específico das centenas que cometi ao longo do processo; além disso, comentei que o filme ainda não estava pronto e não saíra da ilha de edição desde aquele tempo. Pois bem, há cerca de algumas semanas fui surpreendida com alguns e-mails de meu antigo grupo do curso do IFPR cujo assunto “principal” não vem ao caso aqui, mas o importante é que resumindo respostas e respostas de respostas, fui notificada de que todo o material bruto do Entre as Folhas – ou seja, tudo o que foi filmado – se perdeu permanentemente. Não havia mais registro, o material original das fitas se foi, as cópias em HD foram deletadas, o backup se perdeu num computador defeituoso.
Então, de que adiantou? De que valeram todos os dias de reunião e filmagem, todos os custos, as brigas, os estresses, a correria, o tempo, o dinheiro e a energia que gastamos? Bom, talvez esse filme não tivesse sido criado pra ser exibido, talvez tudo isso tivesse sido uma “desculpa” para que algo mais acontecesse e fosse feito – algo que não foi. Não nego que não fui a única a falhar, pois de cerca de 20 alunos apenas metade colaborou pro filme ir pra frente; houve guerra de ego, corpo mole por antipatia com colega, colega que teve de sair por motivo de doença, enfim, todo tipo de problema humano que se possa imaginar. Mas o maior erro desse filme, a maior besteira, foi a minha covardia, a minha omissão, a minha falta de atitude. Perdi várias oportunidades de expor o significado do filme por puro despreparo, deixei de falar o que devia, e falei o que não devia; não ajudei o suficiente, não agi como uma diretora devia agir, menos ainda como uma cristã.


Mas não posso negar que tivemos momentos valiosos: não dá pra esquecer as loucuras, as gambiarras, a “catação” de folhas no Passeio Público, a emocionante madrugada de gravação e quebra-quebra na casa da colega Patrícia, a tensão quando minha querida Bruna quase é levada pelas correntezas do rio São Francisco, o vai-e-vem de livros velhos e pesados, e o quanto eu pude rir de meu coleguinha Robs vestido com as roupas de batismo que peguei emprestado da IBC; isso, entre mil outros acontecimentos que as câmeras de nossos olhos registraram, e que ficarão marcados pra sempre no rolo fílmico de nossas vidas.
Ainda me lembro do dia em que nossa professora de roteiro passava o poema no qual devíamos nos inspirar pra fazer o filme. Um poema que falava do essencial, daquilo que se fosse tirado de nós, morreríamos. Daquilo que poderia ser traduzido numa palavra; e no momento em que escrevi, que palavra era esta? Que necessidade tão ardente o seria?
Um sentido. Uma razão pra agir, pra sonhar, pra viver. É o que todos buscamos como humanos.


Essa foi minha palavra na época. Pérola, a protagonista do filme, buscava ardentemente por um sentido em sua vida. Ela buscou todo o conhecimento que podia para tentar suprir o seu vazio, por isso tinha tantos livros espalhados em seu quarto; ela procurava por respostas, por algo que a saciasse, e tentou fazer do conhecimento o seu sentido; mas não foi suficiente para preencher seu vazio. Frustrada, ao invés do sentido então buscou um consolo: encheu-se de remédios para aliviar sua dor. Mas com o tempo aquilo que era um alívio se tornou uma dependência, um vício, e já não era mais Pérola que consumia os remédios, mas era consumida por eles. Pérola criou então uma fuga, um mundo imaginário onde os problemas não existiam, onde ela era quem queria ser, ou quem pensava ser; mas a realidade veio como um caco de vidro em seu pé e num estrondo, ela caiu na “real”. Ela não via mais o mundo como ele era, mas como o pesadelo que suas escolhas haviam gerado, uma tormenta sem volta, um mundo em preto-e-branco. Já sem esperanças e com tudo destruído, ela não via outra alternativa, senão a de acabar com sua vida.
Quando nos pedia para escrever os roteiros, nossa professora disse que queria algo, de certa forma, baseado em nossas vivências pessoais; ou seja, que a nossa própria essência estivesse ali. Então, o Entre as Folhas seria auto-biográfico?
Sim e não. Muito mais do que UMA pessoa específica, a própria Pérola em si é uma metáfora: é alguém que, como todos, nasceu com um tremendo vazio existencial e, como muitos, tentou preenchê-lo a todo custo com coisas que além de não bastarem, a tornaram escrava e dependente. Os livros podiam representar uma profissão, um ideal, um sonho, um relacionamento; os remédios, como um consolo, poderiam ser bebida, baladas, cigarro, sexo, drogas; e o jardim era a fuga máxima do real, negar os problemas, fingir que está tudo bem, colorido e feliz, negar o vazio e a dor. Mas o baque da realidade é mais forte. Não há céu, não há chão, ela não tem mais onde se firmar e resolve terminar com tudo. Mas quando já parece ser tarde demais, alguém estende a mão. Alguém que se preocupa. Que realmente a ama. Alguém que não se importa com o que ela tenha feito, com quem tenha sido: Ele simplesmente quer ajudá-la a descobrir quem ela realmente é e é o único que pode levá-la a conhecer seu verdadeiro sentido. Meu querido, minha querida, este alguém é Jesus, e esse sentido Deus, é viver com Ele. E viver aqui, neste mundo e nesta vida que é A ÚNICA em que você vai poder escolher o seu destino. Não é preciso morrer pra encontrar Deus, pra falar com Deus, ou para ouvir Deus, pois ainda NESTA VIDA Ele quer que você o conheça, que se relacione com Ele. Uma religião não vai te proporcionar isto, conhecimento (bíblico ou não) não vai te proporcionar isto. Meu amigo, a salvação só se consegue de uma maneira, e possui três passos essenciais: crer, se arrepender, e se entregar a Jesus. Você pode não entender, pode duvidar, mas a verdade é que o Deus que diziam estar distante se fez homem, habitou entre humanos e FOI MORTO por amor a cada um de nós. Jesus É DEUS e não apenas morreu, mas ressuscitou e venceu a morte para nos dar vida, e vida em abundância. Jesus não é uma religião chata, é um Deus que promove um relacionamento vivo e amoroso. É um cara que vai te amar independentemente de quem você é, mas que vai te ajudar a crescer e mudar, mudar pra aproveitar cada vez mais a vida que Ele deu pra você; Jesus não é aquele que simplesmente fez milagres na antiguidade, mas aquele que FAZ milagres a todo tempo na vida dos que se entregam a Ele.
É... Acho que é isso o que eu queria dizer esse tempo todo. Eu queria dizer o que eu vivo, o que eu sinto, o que eu fui e o que eu sou. Ainda com defeitos, com problemas, mas com esperança e um amigo inseparável que reparte as cargas comigo e alivia o meu cansaço. Glória e Aleluia.
E pra você que não conhece, ou não viu ainda integralmente o roteiro do Entre as Folhas, ele está “anexado” logo abaixo. Ainda pretendo alterar algumas coisas, como trocar a praia realmente por um rio e também o nome dos personagens, de Pérola para simplesmente “Ela” e do Alguém para quem “Ele” é.
Um grande abraço, e se você aguentou até aqui (rsrsrs), enjoy!




“ENTRE AS FOLHAS”
Um roteiro original de Lin Marx



1. PRAIA – EXT – NOITE – CÉU ESTRELADO

FADE IN


O céu e as estrelas surgem lentamente no fundo negro.





FADE OUT

2. LAGOA – EXT – DIA

FADE IN


PÉROLA está deitada, boiando na água e olhando para cima. À sua volta algumas folhas flutuam. Outras folhas caem lentamente sobre ela. O reflexo da água é bem azul e as folhas estão bem verdes.




MONTAGEM PARALELA COM CENA 3.

3. QUARTO ESCURO – INT – NOITE (PB)

CENA 3 SURGE APENAS EM CORTES RÁPIDOS, COMO SE A CENA 2 FALHASSE.



Pérola está deitada no chão. Ela tem aparência doentia. À sua volta estão vários pedaços de papel rasgado. Outros pedaços caem lentamente sobre ela.





FUSÃO DA CENA 3 COM CENA 4

4. JARDIM DE OUTONO – ABAIXO DA SOMBRA DA ÁRVORE – EXT –DIA

Pérola está deitada sobre folhas amareladas de outono, abaixo da sombra de uma árvore. Algumas folhas de outono caem lentamente sobre ela.





FADE OUT

5. JARDIM FLORIDO – EXT – DIA

O jardim possui flores de todas as cores. A grama é bem verde, há uma árvore no meio das flores. Pérola corre pelo jardim, quando subitamente tropeça.





6. QUARTO ESCURO – INT – NOITE (PB)

Pérola cai no chão frio.





5-B. JARDIM FLORIDO – EXT – DIA

Pérola está caída. Ela nota uma pétala de flor fincada em seu pé. Pérola tira a pétala e sai pólen dourado pela ferida que a pétala deixou. Pérola pega um pouco do pólen e passa em seu rosto. Ela assopra a pétala e a pétala se multiplica, depois se transforma em borboletas, que rodeiam Pérola cada vez mais rápido.





7. QUARTO ESCURO – INT – NOITE (PB)

A mão de Pérola rodeia um copo com uma colher. Dentro do copo está continuando a CENA 5-B, que está colorida. A mão de Pérola para de rodear o copo e derrama o líquido sobre a superfície. O SOM do líquido é destacado.





8. JARDIM DE OUTONO – EXT – DIA

Pérola ouve o SOM de bolhas emergindo, vindo de uma lagoa próxima. Ela vai até a lagoa e vê em seu reflexo o teto do quarto escuro, e sua imagem em PB debilitada e doentia. Pérola espalha o reflexo com sua mão.





9. QUARTO ESCURO – INT – NOITE (PB)

A mão de Pérola derruba vários remédios, cadernos, uma garrafa d’água, uma colher e uma luminária ligada de uma escrivaninha que está em frente a uma janela aberta. Na janela é visto o céu estrelado, que está em cores. Pérola fecha subitamente a janela. A luminária continua ligada, pendurada pelo fio da tomada. Ao lado de Pérola há uma cama e, na parede, uma estante cheia de livros. Pérola tira todos os livros da estante. Ela joga uns sobre a cama, outros no chão. Começa a arrancar as folhas dos livros e as rasga. Ela chora desesperada enquanto arranca as folhas.





CORTA PARA FLASHBACK 1

F-1. QUARTO ESCURO – INT – NOITE (PB)

A mão de Pérola rodeia um copo com uma colher. Há pedaços brancos se desmanchando dentro do copo.




FUSÃO DOS PEDAÇOS DO COPO COM AS ESTRELAS DO FLASHBACK 2.

F-2. PRAIA – EXT – NOITE – CÉU ESTRELADO

Aparece o céu estrelado. Logo abaixo está uma praia.





F-3. QUARTO ESCURO – INT – NOITE (PB)

O fim da praia é vista colorida pela janela do quarto. A escrivaninha é vista de cima, com os remédios, os cadernos, a garrafa, o copo vazio, a colher e a luminária ainda sobre ela. Pérola está ajoelhada no chão, com vários livros abertos ao seu redor. Ela abre e folheia os livros apressadamente. Parece chorar. Pérola se levanta e vai até a escrivaninha, enche o copo com a água da garrafa e despeja um remédio sobre a água do copo. Ela rodeia o copo com a colher. Tira a colher e despeja o líquido do copo sobre a superfície da escrivaninha. Arremessa o copo entre os livros do chão e o copo se quebra.




ELIPSE

10. QUARTO ESCURO – INT – NOITE (PB)

Pérola pega algumas folhas rasgadas e as joga no ar enquanto rodopia. As folhas giram ao seu redor. Ela parece um pouco mais calma, quando pisa em um caco de vidro, desliza e cai no chão.





ELIPSE

10-B. QUARTO ESCURO – INT – NOITE (PB)

Pérola está deitada no chão, chorando. Seu rosto está manchado com um pouco de sangue. À sua volta estão vários pedaços de papel rasgado. Outros pedaços caem lentamente sobre ela. Há um caco de vidro ensangüentado em sua mão. Ela para de chorar, estende lentamente os braços e encosta o caco de vidro sobre um dos pulsos. Ela afasta o caco de vidro do pulso, depois o aproxima novamente e faz um leve arranhão. Pérola afasta o caco e se prepara para fincá-lo no pulso. Sua vista começa a desfocar. Quando ela vai fincar o caco, as mãos coloridas de ALGUÉM seguram as mãos de Pérola. Tudo ainda está desfocado. Pérola amolece e deixa o caco de vidro cair de sua mão. Alguém se ajoelha no chão e a pega no colo, tira o sangue de seu rosto e a abraça. Pérola chora e começa a ficar colorida. Água começa a entrar pela porta do quarto. As paredes do quarto vão se desfazendo.





FUSÃO DA CENA 10-B COM A CENA 11

11. PRAIA – EXT – AMANHECER

Pérola e Alguém ainda estão abraçados, com a água da praia molhando os pés e joelhos de Alguém. Pérola está mais tranquila.





ELIPSE

FUSÃO DA CENA 11 COM A CENA 12

12. PRAIA – EXT – MANHÃ

Pérola está sentada na praia, olhando para o mar.



FIM









quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Necessário


Posso eu entrar no ventre de minha mãe
 e voltar a nascer?
Sendo eu homem adulto,
como pode isso assim acontecer?

Aquele que não nascer da água e do Espírito,
Não pode entrar no Reino de Deus.


Necessário é nascer de novo,
necessário é nascer de novo.
Necessário é nascer, necessário é nascer,
Necessário é nascer de novo.

O que é nascido da carne é carne,
o que é nascido do Espírito
é espírito.
O homem entende das coisas da carne,

mas é Deus que entende do espírito.

Necessário é nascer de novo, necessário é nascer de novo,
Necessário é nascer, necessário é nascer,
Necessário é nascer de novo!
(Necessário - Oficina G3)

Baseado em trecho de João 3.