sábado, 24 de dezembro de 2011

Onde você estaria?

Aproveitando esse clima de véspera de Natal, e refletindo tanto no meu devocional de ontem (João 6:22-59) quanto na mensagem do Nosso Pão Diário, eu me lembrei de uma reflexão que há meses já tinha escrito, mas que faltara-me coragem para postar, mas que agora me senti incentivada a passar adiante: 
Hei! Já pensou onde você estaria se Deus não tivesse te resgatado, quem você seria? Ou melhor, já pensou que se Deus não te escolhesse, se Ele não viesse até você, você NUNCA conseguiria ir até Ele?

No dia em que eu refletia neste assunto, estava lendo a 1ª carta de Paulo à igreja de Corinto, que estava enfrentando problemas à beça por causa do orgulho de seus membros. A exortação que o apóstolo faz aos irmãos é perfeita e totalmente cabível nos dias de hoje: "Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?" (1Coríntios 4:7) Muitas vezes começamos a nos julgar melhores do que outros, esquecendo que nada do que temos, nem mesmo nossos talentos e dons pertencem a nós, pois tudo recebemos de Deus! Esquecemos que somos indignos, pecadores que NADA merecemos receber de um Deus perfeito que ainda assim transborda bênçãos diariamente sobre nós e nos dá tudo o que necessitamos, independente do que fazemos, pois seu amor é imensurável e incondicional.


Aí, voltando à primeira pergunta, penso aqui comigo: onde eu estaria se Deus não tivesse me resgatado? Mesmo que isso seja um tanto desagradável, eu te convido a fazer uma simulação e analisar o quanto Deus tem feito diferença em sua vida. Se eu me fizesse esta pergunta a um ano atrás, sinceramente vejo que pouco eu poderia dizer, pois apesar de estar já na igreja ainda não tinha realmente me entregue por inteiro e, assim, as maiores transformações que vivi e vivo ainda não tinham acontecido; a conversão é um processo gradativo para muitos, pois não ocorre num passe de mágica e apesar de nos mostrar o caminho a seguir, Deus sempre nos deixa livres para dar um passo após o outro no nosso ritmo. Pois bem, voltando à simulação: numa vida sem Deus, posso imaginar uma garota deprimida no escuro de seu quarto aprisionada por sonhos que se tornaram pesadelos, chorando por se sentir incompreendida, amedrontada e, extremamente, sufocantemente só. Para esta triste garota, só posso ver dois destinos: fracassaria em suas tentativas de fazer cinema e se tornaria uma frustrada qualquer, uma morta-viva sem sentido de ser; ou poderia até conseguir uma carreira promissora, mas independente do filme mais sensacional e provocador que fizesse, da maior polêmica que conseguisse, da obra de arte mais bela que saísse de suas mãos... Ela chegaria em casa após o término de seu trabalho, entraria em seu quarto e veria que tudo aquilo não ajudara em nada a preencher o vazio existencial em sua alma: ela continuaria triste, escravizada por um ridículo senso de dever com uma missão impossível de mudar o mundo, incompreendida pelos demais ao redor, cheia de remorso por abandonar a família em prol da carreira... E totalmente, inegavelmente, profundamente só.

Mas é claro que esta é a minha história e talvez a sua e a de outros seria, assim digamos, menos dramática. Quando olho para meus irmãos nesse aspecto, consigo imaginar facilmente o que seria de alguns ex-drogados, ex-baladeiros, ex-beberrões... E também alguns nerds cujo destino seria mais monótono do que assistir a uma lesma subindo o muro. Há, ainda, irmãos cuja provisão e direção de Deus é tão, TÃO nítida que fica quase impossível imaginar o que seria do cara se Jesus não o tivesse resgatado. Já vi Deus ressuscitar sonhos de infância, cortar vícios, curar traumas e doenças... E algumas dessas coisas eu não apenas vi, mas vivi, experimentando maravilhosamente o agir e o cuidado de Deus em minha vida - uma vida em plena abundância! As palavras de Cristo em João 10:10 não são mera retórica, mas uma promessa viva de nosso Pai celestial que se cumpre e se renova a cada dia. Ao contrário do alguns pensam poraí, Deus não quer que seus filhos tenham uma vida medíocre; é só passear pelos livros da Bíblia e veremos histórias como a de José, um escravo que foi feito braço-direito do Faraó, ou Davi, o franzino pastor de ovelhas que se tornou rei; Ester, rainha e salvadora de seu povo; Moisés, Josué, Gideão, Paulo, Rute... Maria. Há tantos outros nomes, tantas histórias, tanta riqueza; vidas totalmente transformadas, pessoas que podiam ter muitos defeitos, mas que ao se colocarem na dependência de Deus puderam contemplar Sua grandeza e ainda participar de Seus maravilhosos planos!

É isso que acontece quando, por intermédio de nosso aniversariante Jesus, pegamos o "EU" em nossa vida e colocamos um "D" e um "S" nas pontas, deixando que Deus seja o nosso centro, tome conta de tudo o que somos e temos, pois só Ele pode preencher o vazio que há em nós. Não vou negar que passei por dificuldades ou que tive de abandonar algumas coisas; mas quando as entreguei a Jesus, descobri que não tinham valor algum, não faziam mesmo parte de mim e ainda eram na verdade como correntes e vendas que me impediam de ver, de viver todas as coisas maravilhosas que o Pai preparou pra mim.

E aí, o que podemos fazer é agradecer sempre, queridos. Independente das interpéries que você passou até aqui, você está vivo e mais, VOCÊ ESTÁ SALVO DA PIOR DELAS, que é a vida longe dAquele que te criou e que te ama incondicionalmente, independente do quanto você tenha reclamado e murmurado neste ano (é, confesso que fui "profissa" nisso ^^").

Já é quase Natal, vamos lembrar do Deus que se fez carne, nasceu numa estrebaria, viveu, sofreu, morreu e ainda por cima ressuscitou só pra poder ficar com você.

Um Feliz, e Maravilhoso Natal a Todos nós!!!
Que o Aniversariante possa fazer ainda muitos anos dentro de nossos corações.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Josué 3:5

"Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós."

Eu chegava no culto de quarta-feira - pouco depois do louvor ter terminado sua parte e pouco antes de começar a assembleia trimestral da igreja - e o Pr. estava fazendo uma breve reflexão sobre esta passagem bíblica. Ele explicava que Deus não deixaria de fazer Suas maravilhas se o povo não se santificasse, pois a ação de Deus independe da nossa, Ele não precisa de nós pra fazer nada! Se nos calarmos, as próprias pedras clamarão (Lucas 19:40). Quando não nos santificamos, quem perde somos nós: perdemos de ver as maravilhas que Deus faz, perdemos de sentir Sua presença em nós e nosso meio, perdemos de ser usados por Ele e ficamos de fora de bênçãos espirituais inimagináveis. Não é difícil saber se um crente se santifica ou não, pois ele acaba ficando totalmente cego para tudo o que Deus faz e seu foco não são as maravilhas do Pai, mas os erros e defeitos dos outros - se você vai à igreja e nota mais o que seu irmão faz de errado do que o que Deus faz de belo por lá, cuidado!!

Outra coisa, não confunda santificação com simplesmente servir num ministério da igreja, ir aos cultos ou/e entregar dízimos e ofertas - se santificar é seguir os passos de Jesus, é estar em crescente e constante transformação até refletir a imagem dEle em nossas vidas (2ª Coríntios 3:18). Ainda é fresca em minha memória a noite do encerramento da campanha de 40 dias pela Família, quando eu cantara no coral da igreja e, no dia seguinte, lia os e-mails de testemunho de meus irmãos coristas: eram conversões, o sobrenatural de Deus agindo, "suor" nos olhos ao cantar a mais impactante das canções da noite... E percebi que, mesmo estando fisicamente ali e presenciando boa parte daquilo tudo, eu não havia participado. Naquela noite, me preocupei tanto com a afinação, a plateia, minha própria insegurança em não ter me preparado como devia, além do fato de não ter conseguido que nenhum parente meu fosse ao culto de encerramento; e não aproveitei, tampouco senti o agir de Deus tão poderoso à minha frente. Eu estava focada em centenas de coisas, menos aquilo que deveria: simplesmente louvar e adorar ao meu Deus.

E mais algo que eu queria ressaltar na passagem: Josué não disse aos anciãos para se santificarem; não disse aos reis, não disse ao pastor, ou aos diáconos - ele disse a todo o povo. Jovens, velhos, mulheres e homens, com ou sem título, Deus quer que todos nos santifiquemos porque quer que todos usufruamos da vida abundante e única que Ele tem pra nós.

Queridos, santidade é um item fundamental para a vida de todo crente. Não significa ser perfeito, mas buscar a melhora a todo momento, em todos os dias da sua vida, independente de você ter um ou cinquenta anos de vida cristã; não somos perfeitos, mas Deus nos quer santos, separados para Ele e nada mais. Muito mais que esquentar o banco, fomos feitos para participar da obra de Deus no palco da vida, de pegar no batente não porque Ele precise de nós, mas porque nos escolheu pra isso.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

No Alvo Certo?


Mas como é bom ver as obras de Deus se concretizando em nossas vidas, não?! Como é bom ver Seus milagres, o Seu agir poderoso e sobrenatural, querer a cada dia fazer parte de Sua poderosa obra de redenção para o mundo... E os sonhos?! Ah, os sonhos... O que é um sonho senão uma visão deslumbrante de uma gotinha do que Deus tem preparado para nós? Bom... Quais são os seus? Eles condizem com a vontade do Pai? Sabe, há cerca de um ano atrás aconteceu-me algo muito interessante com relação a meus sonhos para o Reino através da minha profissão: em uma votação de roteiros para fazer o curta-metragem da turma, o meu foi escolhido... Era uma história com duração média de 4 minutos, contando a história de uma garota que havia buscado em tudo para tentar preencher o vazio em seu coração, mas não conseguiu; desesperada, ela então resolve tirar sua própria vida... Quando "alguém" a impede de se matar e, assim, a salva e a purifica. Uma metáfora para a vida de cada um de nós, e como Jesus pode nos salvar do abismo se assim lhe permitirmos.

Como se não bastasse a grande bênção de ter esse roteiro gravado, além de roteirista eu também seria uma dos dois diretores do curta-metragem, ou seja: a maior autoridade criativa naquela produção era minha, e a maior responsabilidade também. Parecia perfeito!

Começaram as reuniões de pré-produção, os problemas, a correria de sempre. E enquanto eu decidia com meu parceiro de direção sobre locações, figurinos, fazíamos "barracos" sobre orçamento e quem iria pagar os gastos exorbitantes de uma produção que já estava saindo de controle... Uma colega ao meu lado resolvia se embriagar pelo que me pareceu a sua primeira vez; ofereci com palavras minha amizade a ela, mas em todas as vezes que ela me convidou para sairmos juntas, minha cabeça estava tão ligada em outras coisas que eu acabava por recusar, deixar pra depois... Quando o cãozinhho dela morreu e ela chegou quase chorando na sala, o máximo que fiz foi pedir a um amigo para ir consolá-la, ao invés de eu mesma o fazer. E por quê? Porque eu estava tão cegamente focada em minha "missão maior" de mostrar o Amor de Deus através do meu filme, que acabei por esquecer de demonstrar esse Amor através da minha vida. Resultado: tivemos centenas de problemas de produção e pós-produção, o filme não ficou pronto até hoje... E eu perdi contato com a garota.

Mas como é fácil acharmos que estamos fazendo uma obra a Deus só porque colocamos o nome dEle ali; como é fácil mentirmos pra nós mesmos: sonhamos em sustentar os famintos, contribuir com a propagação do Evangelho em terras não-alcançadas, mas quando alguém ao nosso lado necessita de um apoio nós simplesmente fingimos não ver, preferimos nos focar insistentemente nas nossas "grandiosas" obras dizendo a nós mesmos que estamos batalhando em prol de algo muito maior, como se Deus olhasse por quantidade e não pela qualidade da ajuda, ou como se ajudar quem está perto fosse tarefa "de outro" e a sua fosse apenas quem está longe. E não falo apenas de evangelização, de falar de Cristo para aqueles que não conhecem... Estou falando de amor ao próximo, sendo ele perdido, sendo ele salvo.

 Em I Aos Coríntios 13 vemos Paulo exortando os crentes de Corinto sobre a importância do Amor acima de todos os dons espirituais. Independente do dom "Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos..." (v. 1), independente da ação altruísta "E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres" (v.3) isso não vale nada se não houver amor. Sem amor, nossa busca desenfreada por sonhos e objetivos, independente do quão bondosos sejam, acaba nos fazendo atropelar acidentalmente todos os que estiverem em nosso caminho e, sem perceber, usamos e até ferimos pessoas. Algumas feridas demoram a cicatrizar.

"Ame a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo" Deus não fala para amarmos nossos sonhos como a nós mesmos, nem de dar a vida por um sonho; Ele fala para amarmos nosso irmão, o nosso amigo. "O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que este: de dar alguém a vida pelos seus amigos." (João 15:12-13) Não há nada de errado em amar os que estão distantes, mas devemos começar por quem está próximo pois o amor não é uma mera abstração ou um sentimento platônico - é uma prática diária.

Aproveitando este clima de final e início de ano, faça uma "revisão" e veja onde você tem depositado o seu foco, veja por trás da sua retórica de "boas intenções" se você tem demonstrado o amor que diz que tem aos que estão próximos de você. Não adianta profetizar, expulsar demônios ou fazer maravilhas no nome de Cristo. Se não praticamos as palavras dEle, se não soubermos amar, a resposta será "Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." (Mt 7:23)

Tenhamos todos um bom (e reflexivo) final de ano.