sábado, 26 de junho de 2010

Filosofia Maconheira

Finais de 2007, tarde quente, uma estagiária desocupada
no laboratório de informática de uma escola pública:
Não precisei de maconha nenhuma, o sol já torrava os miolos.

Sinceramente,
A vida é assim:
bagunça sem fim.

Quem discorda,
prove o contrário
Nesse exato horário.

Acha que a rima tá fraca?
Faz melhor, rapaz
e depois me deixa em paz.

Quer um conselho?
Não deixa o tempo correr:
quem só espera, só pode perder...

Quer uma dica?
Não dorme no ponto:
vai acordar cheio de agulhas e tonto.

Olha, cansei:
Viver pro trabalho
é coisa de otário.

A vida é pra curtir...
Mas não se curte ficando à toa:
Enfrenta a vida! A vida é boa.

A vida é pra viver
A Filosofia do existir
Não é pra pensar, é pra sentir, é pra agir.

E tua vida quem faz é você,
Tá ligado? Não?
Então pára de fumar baseado!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Refletindo Sobre o Tempo

Esse poema foi escrito no início do ano passado.
Lembro-me bem do contexto.
E continuo concordando totalmente com o que escrevi.

O tempo cicatriza feridas,
mas não quer dizer que algumas delas não deixarão marcas eternas.

Há pessoas que tentam se esconder atrás do tempo,
acham que ele só faz esquecer, mofando os baús e criando teias.
Mas o tempo não é um esconderijo
e tampouco só uma fonte de podridão.
Do mesmo galho que caiu uma folha seca, nascerá um broto novo.
E independente do quão profundo esteja enterrada uma semente,
com o tempo ela sairá debaixo da terra.

O tempo seca os rios,
floresce desertos,
desmancha montanhas.
E como tudo ao nosso redor,
podemos decidir o que fazer com ele.

O tempo que amolece o coração de uns
é o mesmo que endurece de outros.

Há os que correm atrás do tempo,
há os que tentam fugir dele
(ambos são fracassados,
porque o tempo não pára
e nem volta atrás)

Alguns vêem num passado triste a origem de todas as suas desgraças;
outros vêem no mesmo passado a fonte da sua força:
Eles não aprendem a simplesmente conviver com suas cicatrizes,
mas a tirar proveito das grandes lições que vieram com essas marcas.
(As Chagas de Cristo são o exemplo perfeito:
o sofrimento dEle não foi em vão,
Suas Marcas não são demonstração de dor,
mas de Amor, de superação.)

Mas passado é passado.

"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente."
Soren Kierkegaard

Enfim, resumindo:
o tempo é um ótimo professor,
se o aluno quiser aprender.

sábado, 19 de junho de 2010

"O dedo aponta para o céu, e o idiota olha para o dedo."
(do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)

Hoje vi uma borboleta azul-roial passeando pelo muro dum sobrado. Parei para admirá-la a planar com suas asas tão belas refletindo a luz do sol. Quando me virei, percebi que dois velhos olhavam pra mim, parados, sem entender. Depois que a borboleta saiu dali, voltei a andar. Virei-me para trás novamente, só pra confirmar: os dois velhos fitavam curiosos o muro do sobrado.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

VOLTAS - 2009

Aos que quiserem ver, eis aqui a loucura feita pela turma de Produção AudioVisual do CEP em 2009, da qual participei apaixonadamente, apesar dos pesares...






Mais sobre os bastidores deste filme em http://voltas.blogspot.com/

A alegria dos porcos capitalistas: Reflexões solitárias do final de um dia que nada acrescentou em minha vida

Esse poema foi escrito ano passado, na época da gripe suína.
O sol brilhava, os pássaros a cantar, e eu enclausurada em minha casa, sem aula à noite e nada pra fazer...
Naquele tempo, o decreto só fechava instituições de ensino, ou seja, shoppings e mercados estavam abertos.
A raiva transpassou nitidamente:

Hoje:
céu de praia.
azul.
nuvens finas.
dia lindo.
isso se desse pra aproveitar.
não passei do portão de casa.

Dor no peito:
angústia.
mais sete dias de espera.
tédio.
ansiedade.
solidão.
saudade...

Os shoppigs:
abertos.
e os colégios fechados.
qual enche mais?
ou qual rende mais...

Esvaziam-se as salas,
enchem-se os cofres,
porquinhos nervosos,
$audávei$ e gordos.

E nós:
enfermos,
dormindo.
sós,
assistindo.
inquietos,
consumindo.

E o vírus:
quietinho.
esperando esfriar.

E nós?
também.
deixando o tempo passar...

O dia vai acabar
Nada disso muda nada
Mais sete dias de espera
Uma semana sem sentido
Atirando ao vento pedras.